sábado, 25 de fevereiro de 2012

Pery Ribeiro: disco ao lado de Caetano Veloso e Marina Elali estava pronto!

Com Pedro Willmersdorf e Beatriz Medeiro
"Acabei de receber a notícia da morte do Pery Ribeiro, no Twitter, através dos meus seguidores. Fui realmente pega de surpresa, nem sabia que ele estava no hospital", disse Marina Elali, sobre o artista que estava internado há 30 dias para tratar uma endocardite e faleceu na manhã dessa sexta-feira (24). A cantora potiguar foi um dos nomes da música nacional escolhidos para gravar duetos com o filho de Dalva de Oliveira e Herivelto Martins no projeto especial do artista que estava prestes a ser lançado. "O Pery acabou de gravar um disco lindo, só com regravação de duetos. Fiquei muito honrada por ter sido convidada e nós fizemos uma versão de País tropical em clima bossa nova, ficou bem a cara dele. O Brasil precisa ouvir esse trabalho", torce Marina, pelo CD em homenagem a Wilson Simonal, no qual Pery recebeu 22 artistas. "Ele foi convidado para ser o anfitrião desse álbum, que ainda não foi lançado. Estamos em negociação, mas, como o Brasil só começa a funcionar na segunda-feira, ainda não temos uma data definida", explicou Ana Duarte, viúva do artista.
"Ele era daqueles homens de antigamente: classudo, gentil e sempre muito educado", elogiou Marina, que também recebeu Pery em seu palco na mesma época, novembro de 2010, em uma festa particular.
Marina Elali e Pery Ribeiro durante o ensaio antes do show que fizeram juntos, em novembro de 2010
Marina Elali e Pery Ribeiro durante o ensaio antes do show que fizeram juntos, em novembro de 2010


Além do álbum em homenagem a Simonal, Pery havia acabado de gravar um novo álbum de carreira e tinha alinhavado um projeto em homenagem ao centenário de seu pai, Herivelto Martins, celebrado no dia 30 de janeiro. "Criamos esse projeto há dois anos, antes da minissérie Dalva e Herivelto. A ideia era fazer um tributo do filho a seus pais, com uma orquestra sinfônica de 42 pessoas. Conseguimos a aprovação da lei de ICMS do Estado do Rio de Janeiro e o apoio da Lei Rouanet, mas é muito triste ver um artista desse quilate, que teve pais tão importantes, não levar uma ideia como essas à frente por não ter conseguido o patrocínio de nenhum empresário", lamentou Ana, que pretende lançar logo aquele CD finalizado recentemente.
O tenor Nelson Porttela não teve a mesma sorte de Marina e, por conta de suas inúmeras viagens ao exterior, nunca pôde trabalhar com Pery. "A impressão que fica do Pery é a de um homem que cantava pelo prazer de cantar, porque gostava de ver as apresentações da mãe. Um apaixonado pela música. Não éramos muito próximos, mas o conheci o suficiente para dizer que ele era, acima de tudo, apaixonado pela música", disse Nelson, que descobriu através da internet que o cantor falecido foi o primeiro a gravar Garota de Ipanema. "Só por aí, você já consegue ter noção do quanto ele é importante para o mundo musical", finalizou.


Na fila de pessoas que ficaram à espera da oportunidade de trabalhar com Pery também está Miucha, que tem Se todos fossem iguais a você como uma de suas músicas preferidas. "O grande momento da carreira do Pery é toda a sua história de vida, é difícil escolher um em especial. Nos encontramos várias vezes em ocasiões sociais e ele sempre chamava a atenção dos presentes com sua simpatia, educação e por ser tão amável com todos", salientou a cantora.


(Jornal do Brasil)

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