O tema da Campanha da Fraternidade motivou o debate sobre a questão da saúde. Houve críticas ao SUS e cobranças por melhorias
O tema da Campanha da Fraternidade deste ano -“Fraternidade e Saúde Pública” – motivou ontem, tanto na Assembleia Legislativa quanto na Câmara Municipal, o debate sobre a questão da saúde. A temática, inclusive, é recorrente nas tribunas legislativas, sobretudo devido à falta de recursos para financiar o setor.Na AL, a questão foi levantada pelo deputado Fernando Hugo (PSDB), inclusive criticando a Confederação Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), que, segundo ele, precisa ter “ações vivas de cobrança”. Hugo sugeriu ainda que padres e religiosos visitem as comunidades carentes dos Municípios para que não se exibam somente a “bestialização” dos fatos. Para o deputado Perboyare Diógenes (PMDB), a Saúde no Brasil passa por inúmeras dificuldades, dentre elas, a falta de recurso. Porém, no caso de Fortaleza, falta gestão no setor.
Já o deputado Professor Teodoro (PSD) entende que o debate possui duas vertentes. Uma política, outra social. Isso porque cobra do poder público e da sociedade mais ações sobre a discussão do assunto. “O Brasil tem um dos melhores sistemas de atendimento público de Saúde. O Sistema Único de Saúde (SUS), em termos de atendimento, é o segundo do mundo, no entanto, temos um grave problema de financiamento. Apesar da infraestrutura física razoável, falta profissionais e a demanda é cada vez maior”, disse.
CONTRAMÃO
Na Câmara, o vereador Ciro Albuquerque (PTC) disse que, além da falta de financiamento, um dos principais vírus que corrói o sistema público de saúde são os gestores, sobretudo em Fortaleza. Para ele, a gestão da prefeita Luizianne Lins (PT) está na contramão das políticas públicas, pois, além de não convocar os profissionais médicos aprovados no último concurso realizado em 2008, ainda fecha unidades hospitalares, como a pediatria do Frotinha de Antônio Bezerra. “A questão não é só de financiamento, mas de gerenciamento. Falta na cidade de Fortaleza prefeita e não pediatras”, disse.
O vereador Iraguassu Teixeira (PDT), ao tratar do assunto, disse que a problemática é uma questão que se arrasta por sucessivos governos, no qual só se poderá investir mais quando os recursos forem bem administrados. Ou seja, pouco adianta destinar mais recursos sem melhorias de gestão efetivas. Porém, ele também reconhece que é impossível prover serviços universais de qualidade com os níveis de financiamento do SUS. “A discussão sobre saúde não se restringe só ao poder público. É preciso haver conscientização por parte das pessoas também”, finalizou. Para Eron Moreira (PV), o debate traz “uma luz no fim do túnel”, sobretudo, durante o ano eleitoral, quando todos os candidatos se comprometem com a questão.
CPMF
Já o deputado federal Chico Lopes (PCdoB) afirmou ontem em Brasília que a campanha da fraternidade da CNBB sobre saúde ajudará a sociedade brasileira a entender que o fim da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF) proporcionou o aumento do caos na saúde pública no País. Mesmo sem ser direto, o parlamentar comunista do Ceará falou que apenas com a volta da CPMF é que a saúde no Brasil irá melhorar. Chico Lopes fez questão de ressaltar que a aprovação em definitivo por parte do Congresso em 2011 da Emenda 29, que amplia os recursos para a área, não foi suficiente.
Fonte: O Estado
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