quarta-feira, 27 de novembro de 2013

Laudo: Junta médica da Câmara diz que estado de Genoino não é grave


Marcelo Brandt
José Genoino
José Genoino foi condenado no processo do mensalão.
O diretor do Departamento Médico da Câmara dos Deputados, Jezreel Avelino da Silva, disse nesta quarta-feira que o deputado licenciado José Genoino (PT-SP) não é portador de cardiopatia grave. De acordo com o cardiologista Luciano Janussi Vacanti, integrante da junta médica que analisou o parlamentar, “não existe no momento invalidez definitiva, mas circunstância de ter riscos na atividade laboral”.

Genoino foi condenado à prisão em regime semiaberto na ação penal do mensalão. A Mesa Diretora da Câmara se reunirá na próxima terça-feira (3/12) para decidir se a Casa abrirá ou não processo de cassação do mandato do deputado.
A junta médica recomendou que o deputado fique em licença por mais 90 dias, contados a partir dos exames feitos na segunda-feira (25), e depois seja periciado novamente. José Genoino entrou com o pedido de aposentadoria por invalidez na Câmara em setembro último.
Segundo Vacanti, houve uma melhora do quadro de Genoino desde a análise pela perícia da Câmara em setembro. “Houve uma evolução satisfatória da cirurgia, mas ele ainda necessita de cuidados especiais médicos do ponto de vista de medicação e maior controle tanto da pressão arterial quanto da coagulação sanguínea”. De acordo com o médico, as tensões dos últimos dias, quando Genoino foi levado para o Complexo Penitenciário da Papuda, fizeram aumentar a pressão arterial do parlamentar.
Os médicos concederam entrevista coletiva hoje para apresentar o laudo dos examesrealizados no parlamentar. Eles afirmaram que o paciente poderá ter o seu estado de saúde alterado para melhor ou pior em dois anos, a contar da primeira perícia em setembro, e que novas perícias podem ser feitas durante esse período.
Doença
No dia 24 de julho, Genoino foi diagnosticado com uma dissecção da aorta (quando uma ou mais das três camadas da artéria se rompem forçando uma hemorragia interna) no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo.
No hospital, ele sofreu uma isquemia cerebral leve - obstrução da circulação sanguínea no cérebro – e teve alta em 19 de agosto.
Laudo da UnB
Na terça-feira (26), um laudo de cinco cardiologistas da Universidade de Brasília (UnB), a pedido do Supremo Tribunal Federal (STF), afirmou que a cardiopatia do deputado "não se caracteriza como grave", mas recomenda que os medicamentos sejam "rigorosamente mantidos enquanto perdurar o tratamento anticoagulante".
Entenda o caso
A Câmara foi comunicada pelo presidente do STF, ministro Joaquim Barbosa, da prisão de condenados no processo do mensalão e a perda dos direitos políticos por sentença criminal transitada em julgado no último dia 19.
A partir da comunicação, o presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves, propôs à Mesa Diretora a abertura do processo contra Genoíno, que seria seguida de encaminhamento à Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania para análise técnica e abertura de prazo para defesa do parlamentar (por cinco sessões). A decisão final sobre a cassação caberia ao Plenário.
Genoino entrou com o pedido de aposentadoria na Câmara em setembro, mas a análise do caso havia sido adiada para janeiro do ano que vem porque a junta médica da Casa decidiu que seria melhor aguardar sua plena recuperação de uma cirurgia.
Na última quinta-feira (21), o deputado, que está preso desde o dia 15 de novembro, passou mal e foi internado no Instituto de Cardiologia do Distrito Federal. Após ter sido descartada a hipótese de infarto, o parlamentar foi colocado em prisão domiciliar. (Agência Câmara de Notícias)

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