“Já estão em liberdade as nove pessoas que foram presas durante a operação Dignitatem, que combate a exploração sexual de crianças e adolescentes, realizada pelo Ministério Público do Estado (MPE) no início de junho, na Capital. Os acusados ficaram detidos por cerca de 20 dias, enquanto os promotores colhiam provas de suas participações nos esquemas ilícitos, que envolveriam pelo menos oito casas de prostituição. Os estabelecimentos continuam funcionando em bairros como Joaquim Távora, Centro, Benfica, Presidente Kennedy, Dionísio Torres, Aldeota e Luciano Cavalcante.
Segundo o coordenador do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), promotor Marcos William, todos os acusados vão responder aos processos em liberdade. “Eles ficaram presos para que pudéssemos resguardar as provas e colher os depoimentos em segurança. Já reunimos os materiais necessários e estamos preparando as denúncias. O material apreendido comprova a existência de crimes. Mas, por enquanto, não há necessidade de prendê-los”, afirmou. Os crimes investigados são exploração sexual de criança e adolescentes; favorecimento à prostituição; manter casa de prostituição; rufianismo (tirar proveito da prostituição) e tráfico interno de pessoas para fins de exploração.
Sobre o funcionamento dos estabelecimentos, o promotor alega que a juíza da 11ª Vara Criminal, que determinou a prisão temporária dos acusados, entendeu que o juízo criminal não seria competente para determinar ou não o fechamento dos locais. “Nós pedimos a prisão, as buscas e o fechamento das casas. Mas só uma parte das solicitações foi atendida. Vamos buscar o fechamento das casas através de outros meios. Estamos analisando se entramos com um pedido de reconsideração da Vara Criminal ou se acionamos uma Vara Cível”, disse. Willian antecipou ainda que outros estabelecimentos estão sendo investigados, também em Fortaleza.
Dentre as nove pessoas acusadas de participação no esquema e foram libertadas está Eline Maria Marques Dantas, diretora de uma ONG que atua contra a exploração de crianças e adolescentes e ex-coordenadora de Cidadania da Secretaria da Justiça e Cidadania (Sejus). Eline é acusada de receber dinheiro dos proprietários das casas de prostituição para avisar sobre blitze e ações preventivas.
(O POVO)
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