Paitt estuda duplicação das vagas de Zona Azul
Atualmente, as vagas de Zona Azul em Fortaleza são restritas ao Centro, Aldeota, Avenida Beira Mar, Avenida Monsenhor Tabosa e região do Parque do Cocó, mas, segundo a Secretaria de Conservação e Serviços Públicos, o número de vagas será ampliado até agosto. A pasta estuda um crescimento no chamado Sistema de Estacionamento Rotativo Pago (Serp) de quase 50%, pulando de 2.529 para quase cinco mil.
O novo modelo de estacionamento é um dos projetos-pilotos previstos no Plano de Ações Imediatas de Transporte e Trânsito (Paitt), que projeta a reestruturação do estacionamento rotativo (Zona Azul) nesses locais e o estudo de novas áreas passíveis de receber o sistema. Segundo informações da Secretaria, o levantamento esta sendo realizado, e as mudanças devem acontecer até o próximo mês. Mas não foi divulgada a quantidade exata de vagas que serão criadas para atender a demanda, nem a lista dos bairros que serão afetados com as mudanças. Nas localidades onde o Serp já existe, o sistema será ampliado.
A iniciativa tem como objetivo garantir a melhor gestão do espaço público, aprimorar a operação com a melhor distribuição dos tickets e fiscalização. “Pretende-se redefinir o quantitativo de vagas, reordenando os estacionamentos existentes e reforçando a sinalização na região do Centro da cidade. Além disso, será implantado um projeto- piloto com o componente tecnológico de gestão, cobrança e informação na Avenida Monsenhor Tabosa”, explicou o técnico do Paitt, Janailson Souza.
IRREGULARIDADES
Das 2.529 vagas de Zona Azul, 560 são no Centro. A quantidade frente à demanda, segundo os usuários, é mínima, pois enfrentam dificuldades para estacionar na região. O advogado Almir Bastos é um deles. Diariamente, ele vai ao Centro e conta que é sempre muito complicado conseguir uma das vagas do estacionamento rotativo. “A dificuldade começa na hora de comprar o bilhete, muita gente nem sabe onde vende e, depois, para conseguir encontrar uma vaga disponível. Eu mesmo dou várias voltas todos os dias até conseguir”, garantiu.
Já o corretor de imóveis, Wendell Pontes, que trabalha próximo à Praça do Ferreira, estaciona todos os dias na Zona Azul e não tem receio em afirmar que passa o dia na vaga. “Nesse estacionamento só pode ficar duas horas, então eu compro quatro bilhetes e fico trocando. Não dá para deixar o carro nos estacionamentos particulares, é muito caro. Chego muito cedo para conseguir, e a maioria das pessoas que trabalham por aqui faz o mesmo”, acrescentou.
FISCALIZAÇÃO
O professor do departamento de Engenharia de Transportes da Universidade Federal do Ceará (UFC), Mário Azevedo, explica que a proposta de estacionamento Zona Azul não é simplesmente a de arrecadação de dinheiro e sim de promover a rotatividade das vagas existentes, disciplinando o espaço urbano e permitindo maior oferta de estacionamento. “Em Fortaleza a fiscalização é pouca. Vemos muita gente cometendo infrações, e não há agentes para coibir, ou fiscalizar. Só na consciência não adianta. Antes de criar novas vagas, é preciso analisar bem, fazer um estudo detalhado de todos os impactos e como será a assistência”.
Segundo a Autarquia Municipal de Trânsito (AMC), não existe fiscalização específica para coibir infração relacionada somente à Zona Azul. O órgão informa que a fiscalização no Centro acontece através de blitz volante que percorre toda a área central para combater essas irregularidades. Caso o veículo esteja estacionado em vaga de Zona Azul sem portar o bilhete está passível de multa no valor de 53,20 e três pontos na carteira. A infração é de natureza leve.
Jessica Fortes - O ESTADO
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