Eta povim sem sensibilidade!
Agora que eu tô entendendo a palhaçada toda! Estão reclamando porque os jogadores choraram quando ganharam a classificação, é isso? Que bando de toscos! Se choraram é porque estão defendendo a camisa com emoção e não com mercantilismo. Em todos os jogos que vi e onde se decidiu classificação, os jogadores choraram, ou porque ganharam ou porque perderam. Que gentinha reprimida, eu heim? Quem precisa de terapia é essa turma que fica policiando a emoção dos outros. Vão pra terapia, seus abutres pra descobrir se tem um ser humano dentro de vocês!
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Desculpe o choro. Eles estão defendendo a seleção
Muitos já pecaram por falta de amor e entrega à camisa amarela. Hoje, na Copa, condena-se as lágrimas de jogadores comprometidos com a pátria. Definitivamente, brasileiro não sabe torcer
Thiago Silva virou o bode expiatório do descontrole emocional da seleção. Por ser o capitão do time, o símbolo de uma geração da qual muitos, cabe lembrar, esperavam um vexame logo na primeira fase da Copa dois anos atrás.
Voltemos a Thiago Silva. Ele é capitão do Brasil e do PSG. Também já vestiu a braçadeira no Milan. Não se trata de um líder plantado por Felipão. Apesar de introvertido e emotivo, tem credenciais técnicas para envergar a faixa.
É o jogador mais tocado pelo hino nacional. Seu choro copioso na vitória sobre o Chile e a ânsia por não ter de cobrar um pênalti despertaram a revolta de vários torcedores, ex-jogadores e analistas psiquiátricos. Afinal, para eles, capitão é só aquele que berra, paga geral na preleção e, acima de tudo, não se emociona.
Esse Mundial representa muito para os 23 convocados de Felipão. Mas esqueça os outros e todas as circunstâncias. Tente imaginar o que esse Mundial representa para Thiago Silva, especialmente.
Há exatos nove anos, o capitão estava trancado em um quarto de hospital. O diagnóstico de turberculose colocava em xeque sua carreira. Ficou isolado de companheiros, de amigos, da família. Foram seis meses de tratamento solitário. Curado, foi para o Fluminense, deu a volta por cima, se tornou um dos melhores zagueiros da atualidade e, de repente, tem a chance de levantar a taça mais cobiçada do mundo no Brasil, em pleno Maracanã, onde viveu a maior tristeza da carreira, seu Maracanazo particular: a perda da Libertadores com o Fluminense, em 2008.
Por outro lado, Thiago Silva é um dos cinco jogadores mais bem pagos do futebol mundial. Está com a vida ganha, por méritos. Poderia vir ao Brasil, vestir a braçadeira e seja o que Deus quiser. Thiago, porém, veste a camisa no sentido mais profundo da expressão. Chora ao ouvir o hino. Tem orgulho de defender a seleção, dá sangue. Durante a última temporada, muitas vezes se poupou no PSG para chegar 100% à Copa do Mundo.
É algo raro para um jogador como ele chorar diante das câmeras, expor suas emoções e fraquezas ao mundo inteiro. Em 2006, os brasileiros se queixavam da indolência do time de Parreira na eliminação para a França. A ajeitada de meião de Roberto Carlos, assim como os sorrisos e tapinhas nas costas de Ronaldo em Zidane, indiferentes à derrota, geraram um sentimento de repúdio que fez Dunga brigar de forma radical para resgatar o orgulho de defender a seleção.
Agora, Thiago Silva e companhia são condenados por chorar demais. E se acontecesse na seleção algo parecido ao que se passou com jogadores de Gana, que ameaçaram abandonar a Copa caso não recebessem o bicho antecipado? Ou se o time verde-amarelo tivesse sido contaminado pela guerra de egos que abateu a Espanha de Del Bosque? Antes isso a jogadores que choram por se doarem ao máximo pelo país na Copa mais importante de sua história?
É evidente que emoção em excesso atrapalha. Seria ótimo que Thiago Silva controlasse os nervos diante da Colômbia. Se “desequilibrado” está jogando assim, imagine com a cabeça no lugar...
Contudo, não se deve pedir a cabeça nem a faixa do capitão por causa de lágrimas derramadas no gramado. Pelo contrário. Ao ver os olhos de Thiago Silva ou de qualquer um de seus companheiros lacrimejarem no telão, o torcedor deveria cantar mais alto, dar força acima de tudo, pois, como se vê nessa Copa, a exemplo do duro embate da Alemanha contra a Argélia, não está fácil pra ninguém, muito menos para os donos da casa.
No Mineirão, boa parte da torcida sucumbiu à ansiedade e abandonou o time nos momentos mais delicados da prorrogação. A pressão de jogar uma Copa no Brasil só não é mais apavorante que o clima de velório na arquibancada, sobretudo à sombra de um Maracanazo imortal. Depois, não adianta chorar pelo leite derramado.
Fonte: PLACAR
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