Julieta Brontée
O Brasil
assistiu a dois protestos que, a rigor, não representaram manifestações do povo
em geral, mas de seguimentos da sociedade, cada qual defendendo seu quinhão. No
dia 13 de março, entidades ligadas ao PT foram mobilizadas para fazerem a
defesa do governo Dilma, num contraponto àqueles que têm defendido o
"impeachment" da presidenta.
Já no dia 15
de março, vestidos com camisas da Seleção Brasileira de Futebol, pessoas
contrárias ao governo, ganharam as ruas das principais capitais do país num
suposto protesto contra a corrupção, mas que na verdade se resumiu a protestar
contra a corrupção petista, até porque, nos dias que se seguiram a esse
protesto, muitos acusados de envolvimento em corrupção foram mostrados como
tendo participado ativamente dos protestos contra suas próprias práticas, a
exemplo do senador do DEM, Agripino Maia, que há poucos dias foi citado numa
delação premiada por pedido de suborno de um milhão e de um primo do governado Beto
Richa, do PSDB do Paraná, preso por corrupção no governo do próprio primo, logo
depois do protesto. Além disso, no protesto do dia 15, proliferaram faixas e
cartazes de conteúdo machista e fascista, chamando golpe militar e até em
defesa de assassinato de mulheres, o que nos leva a questionar o nível de
politização dos que organizaram e participaram daquele evento.
Infelizmente,
as chamadas jornadas de julho de 2013 parece que foram orquestradas pelo que há
de mais reacionário em nosso país, pois além de ter sido sucedido pela eleição
de um Congresso altamente conservador, onde até o PSOL elegeu um deputado
federal evangélico que chegou a propor o fim do Estado laico, ainda deu asas a
que a primeira grande manifestação popular "apartidária" fosse uma
manifestação claramente de extrema direita, beirando o fascismo.
CURTO CIRCUITO
Até
eles!...
Quando a coisa começa a ficar preta para um governo, tudo
de mais espalhafatoso pode acontecer. Num café da manhã, no Palácio Jaburu –
Brasília, de líderes aliados, ministros e o vice-presidente Temer, não houve
“panelaço”, mas, quando o ministro Mercadante começou a falar, um bando de
galinhas d’Angola disparou com seu tradicional ”tô fraco, tô fraco!...”
Menina
danada
Nas manifestações dos dias 13 e 15, ocorreram cenas para
a História. Além do petista entrou de vermelho na passeata e foi pintado de
verde-amarelo pelos manifestantes, houve caso da menininha de seis anos, que,
dia 13, de bandeira e vestida de verde-amarelo, indagada por um repórter sobre
o que fazia ali, disparou: “Estou curtindo, porque não vai dar nada mesmo!...”
Encrenqueira
Nem
aí para os laços do PT com os demais aliados, principalmente o Pros do ex-governador
Cid Gomes, a ex-prefeita Luizianne Lins, hoje deputada federal, “ameaça”
candidatar-se novamente à PMF, embora sabendo que, para isso, teria que “passar
por cima do deputado Guimarães, líder do governo, e do governador Camilo, que
está apalavrado com o prefeito Roberto Cláudio.
Prestígio
O colega jornalista Edilmar Norões, confirma o seu
prestígio, em nível local e nacional, ao ser reconduzido à presidência do
Sintel. Ele, que já ocupa há tempos a presidência da ECERT, e a
superintendência do Sistema Verdes Mares, é também um dos mais destacados
dirigentes do Conselho Superior da Associação Brasileira de Emissoras de Rádio
e TV-ABERT.
Caixas
pretas
Para
o ministro Gilberto Carvalho, o PT conseguiu “abrir as caixas pretas” da
corrupção no Brasil. A seu ver, foi esse partido quem despertou o país contra
os crimes políticos e administrativos”. Para o deputado Fernando Hugo (SDD),
nada disso adiantou, se um grupo de petistas de peso se encarregou de criar
novas “caixas pretas” que o juiz Moro está abrindo?
Muito
discreto
Não tem merecido o destaque que merece a sanção do novo
Código de Processo Civil. Entre outros pontos positivos, ele acaba com a
avalanche de recursos com que advogados espertos e juízes mais espertos ainda,
prorrogam ad eterno, julgamentos e sentenças. Juízes terão que usar da
jurisprudência, repetindo sentenças já exaradas por Tribunais superiores.
Achacadores
O caso da investida do ministro Cid Gomes em cima dos que
chamou “achacadores do governo” na Câmara, que tanta celeuma causou e causa,
nos remete ao tempo em que o então deputado federal Lula da Silva, que nada fez
naquele parlamento, apontou a existência ali, de “300 picaretas”. Nunca foi
chamado a se explicar nem confirmar “picaretagens”.
De leve
O discreto secretário-geral do PMDB-CE, João Melo, poderá
retornar à presidência do Banco do Nordeste, para o que batalha o senador
Eunício Oliveira. A realidade é que o PP, mortalmente atingido pela Operação
Lava Jato, não reúne condições para manter o atual presidente. Nova chance para
um cearense no importante banco de desenvolvimento regional.
(Coluna publicada no jornal O ESTADO)
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