terça-feira, 10 de março de 2015

Operação Lava Jato não vai poupar ninguém, portanto, quem tem o rabo preso que se cuide

Cearenses relatam clima tenso após lista da Lava Jato

Com a divulgação da primeira lista de políticos que serão investigados na Operação Lava-Jato, o Congresso passa a enfrentar um momento delicado, difícil. Não só pelo número de parlamentares envolvidos – são 22 deputados e 12 senadores de cinco partidos –, mas por colocar sob suspeita os presidentes da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), e do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), segundo e terceiro na linha de sucessão presidencial, respectivamente. Parlamentares cearenses, porém, consideram que esse clima precisa mudar.
O senador José Pimentel (PT) reconhece que a pressão sobre os políticos será grande, mas pondera que, como se trata de inquérito, e as explicações dos envolvidos são de que os recursos que receberam são contribuição normal, chamado de “caixa um”. E, por isso, a Casa deve aguardar explicações. Por outro lado, fez questão de ressaltar que só será possível superar esse processo de corrupção, acabando com o financiamento privado de campanha eleitoral no Brasil. Segundo ele, vários outros países que passaram pela mesma crise – o último deles foi a Itália com projeto mãos limpas – originou-se do financiamento empresarial de campanha.       
Há quem defenda que os trabalhos devem transcorrer naturalmente. O líder do Governo na Câmara dos Deputados, José Guimarães (PT) afirma que, embora a divulgação da lista modifique o clima nos bastidores, a pauta deve ser mantida, inclusive dando prioridade para a votação do Orçamento deste ano.
“O país não pode parar embora tenha algo muito importante para ser investigado que é a lista de políticos que poderão estar envolvidos na operação Lava Jato”, disse, acrescentando que “é inadmissível que o País não tenha o orçamento do ano aprovado em pleno desenvolvimento do mês de março, porque as consequências podem ser muito grandes, causando um possível atraso de obras públicas”. Sobre a lista dos políticos envolvidos na operação Lava Jato, disse que ela não pode interditar o funcionamento normal do Congresso Nacional, apesar, conforme justificou o parlamentar, ser necessário investigar e punir os culpados.
Economia
O deputado Danilo Forte (PMDB), por sua vez, diz que a situação é preocupante diante do quadro econômico, que, segundo ele, se agrava negativamente. E critica a falta diálogo com o Governo para enfrentar o momento de crise. O deputado Raimundo Gomes de Matos (PSDB) pede cautela para não haver condenações, pois, segundo ele, embora os nomes tenham sido revelados, não acredita que os trabalhos parlamentares sejam paralisados por conta das denúncias. Para ele, a lista não impedirá ou dificultará o funcionamento do Congresso, apesar das especulações dos nomes dos presidentes do Senado e da Câmara estarem no centro das especulações. Isso porque, apesar dos fatos, os presidentes tem adotado uma pauta positiva para os trabalhos. Inclusive as comissões temáticas já estão trabalhando. Entretanto, admite que as especulações alteram o desempenho legislativo.
Democracia passa por consolidação
As pessoas, políticos e empresários, que constam da lista de envolvidos na operação Lava Jato, que investiga esquema de corrupção na Petrobras, devem ser investigadas e punidas se tiverem culpa. Essa é a opinião do ministro Raul Araújo, do Superior Tribunal de Justiça (STJ). Essa questão, segundo ele, é um teste que a democracia brasileira terá que enfrentar e olhar para o lado positivo para que saia mais consolidada. Ele prevê que as investigações dos envolvidos devem começar logo.  
Por outro lado, o ministro reconhece que o episódio não é bom para o Governo Federal, porque a apuração das denúncias tomará tempo do Congresso, que poderá deixar de examinar projetos.
Sem citar nomes, disse que o Superior Tribunal de Justiça deverá receber processos contra os governadores incluídos na operação Lava Jato, lembrando que existem dois governadores para ser investigados, mas, até agora, sem detalhes sobre o envolvimento no caso.

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