quinta-feira, 23 de janeiro de 2020

CASO MARIELLE FRANCO


Promotoria pede júri popular para 

acusados de matar Marielle Franco


O Ministério Público do Rio de Janeiro solicitou à Justiça que o policial militar reformado Ronnie Lessa e o ex-PM Élcio de Queiroz sejam levados a júri popular pelos assassinatos da vereadora Marielle Franco, de seu motorista Anderson Gomes, e pela tentativa de assassinato de Fernanda Chaves, assessora da parlamentar que sobreviveu ao atentado em março de 2018.
O pedido consta das alegações finais da Promotoria na ação penal contra os dois acusados, presos em março do ano passado, apresentadas em 17 de dezembro à Justiça.
Os cinco promotores que assinam o documento também solicitam ao juiz Gustavo Kalil, da 4ª Vara Criminal, que os réus sejam separados em duas unidades prisionais federais distintas até o julgamento.
Os réus estão presos preventivamente na penitenciária federal de Porto Velho, em Rondônia, desde maio do ano passado. A solicitação de separação dos réus depende também do aval do juiz-corregedor do presídio de Porto Velho. Além da unidade em que eles estão presos, há outros quatro presídios federais no país.
O objetivo da medida, de acordo com o Ministério Público fluminense, é evitar que os acusados combinem versões sobre o crime no presídio. “É incabível que o Estado permita que dois acusados de um mesmo crime fiquem presos no mesmo local, compartilhando a mesma ‘vivência’, de forma a combinar versões até o julgamento do plenário do júri”, diz o texto.
Fuga
No documento, os promotores apontam que houve tentativa de fuga dos réus no dia de suas prisões, em 12 de março de 2019, motivo pelo qual devem ser mantidos em penitenciárias federais.
“Há nos autos provas contundentes a indicar que os acusados contam com verdadeiro aparato criminoso, composto por fiéis escudeiros que, além de fornecerem informações privilegiadas acerca de investigações policiais, não encontram qualquer obstáculo em manejar a máquina pública de acordo com seus interesses e conveniência, apostando em sua impunidade”, escreveram os promotores.
As alegações finais do Ministério Público foram apresentadas após o depoimento em juízo de testemunhas e réus. O processo agora vai para as defesas dos acusados, para que apresentem seus posicionamentos sobre a acusação. Kalil analisará as provas para absolver sumariamente os réus ou levá-los ao Tribunal do Júri
De acordo com o MP-RJ, “a defesa técnica dos acusados não logrou êxito em produzir provas suficientes que elidissem [suprimissem] as imputações”.
O texto diz ainda que “[a defesa] trouxe testemunhas claramente treinadas que ensaiaram confirmar falso álibi dos acusados e se contradisseram em vários momentos”, sem apontar, contudo, quais foram as contradições.

HOJE

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