No Ceará, em 2010, segundo os dados divulgados pelo Ministério da Previdência Social, foram registrados 12.135 acidentes de trabalho, sendo que desse total houve 68 mortes. Em relação a 2009, o número aumentou já que foram notificadas 11.936 ocorrências com 48 mortes, um crescimento aproximado de 41% do número de óbitos. Este quadro põe o Ceará como o terceiro Estado do Nordeste onde mais empregados morrem vítimas de acidentes no local de trabalho (veja quadro abaixo). Atualmente, o Ministério Público do Trabalho analisa 180 casos de acidentes de trabalho, através da Coordenadoria Nacional de Defesa do Meio Ambiente de Trabalho.
No Brasil os números 
de 2010 indicam, em comparação com os dos anos de 2009 e 2008, uma pequena 
redução no número de acidentes de trabalho registrados.  Ou seja, o Ceará está na contramão desta 
redução. O número total de acidentes de trabalho registrados no Brasil caiu de 
755.980 casos em 2008 para 733.365 em 2009, até chegar ao patamar atual, de 
701.496 acidentes. 
O número de óbitos no 
País, contudo, registrou aumento: de 2.817 mortes registradas em 2008, o número 
caiu em 2009 para 2.560, mas voltou a subir em 2010, com 2.712 óbitos 
registrados decorrentes de acidentes de trabalho. Em 2011, 2.796 trabalhadores 
foram mortos em acidentes de trabalho. 
O número de acidentes 
com Comunicação de Acidente do Trabalho (CAT) registrada seguiu a mesma 
tendência. Desses, os considerados como acidentes de trabalho típicos passaram 
de 551.023 em 2008 para 424.248 em 2009, chegando a 414.824 em 2010. Os 
acidentes de trabalho por motivo de doença do trabalho seguiram a mesma direção: 
de 20.356 em 2008 para 19.570 em 2009, e 15.593 em 2010. Tendência contrária 
seguiram os acidentes de trajeto: de 88.742 em 2008, subiram para 90.180 em 
2009, alcançando o número de 94.789 em 2011. O número de acidentes de trabalho 
sem registro de CAT também demonstrou queda. De 204.957 casos em 2008, caiu para 
199.117 em 2009, terminando 2010 com 176.290 registros.
A Organização Mundial 
de Saúde estima que, no planeta, as vítimas fatais de acidente de trabalho e 
doenças ocupacionais chegam a dois milhões por ano, uma média de 5,5 mil mortes 
diárias (três a cada minuto). No campo das doenças relacionadas ao trabalho, 
ainda é grande a incidência em agricultores que trabalham com aplicação de 
agrotóxicos sem utilização de equipamentos de proteção individual necessários e 
exigidos por lei. Outras categorias como digitadores, bancários e empregados em 
áreas administrativas sofrem de LER (Lesões por Esforços Repetitivos) e Dort 
(doenças osteomusculares relacionadas ao trabalho) e são obrigados a se 
licenciar de suas atividades em razão de fortes dores.
RELAÇÃO ACIDENTES, 
ESTADOS E MORTES
| 
 
ESTADO 
 | 
 
ACIDENTES 
 | 
 
MORTES 
 | 
| 
 
MARANHÃO 
 | 
 
5.936 
 | 
 
49 
 | 
| 
 
PIAUI 
 | 
 
3.226 
 | 
 
25 
 | 
| 
 
CEARÁ 
 | 
 
12.135 
 | 
 
68 
 | 
| 
 
RIO GRANDE DO 
NORTE 
 | 
 
47.938 
 | 
 
15 
 | 
| 
 
PERNAMBUCO 
 | 
 
19.936 
 | 
 
98 
 | 
| 
 
PARAÍBA 
 | 
 
4.957 
 | 
 
24 
 | 
| 
 
ALAGOAS 
 | 
 
9.185 
 | 
 
29 
 | 
| 
 
SERGIPE 
 | 
 
3.120 
 | 
 
19 
 | 
| 
 
BAHIA 
 | 
 
23.934 
 | 
 
119 
 | 
Fonte:Anuário Estatístico da Previdência 
Social    
COMO SURGIU A DATA
Em 28 de 
abril de 1969, uma 
explosão da mina de Farmington (Virgínia Ocidental), nos Estados Unidos, 
resultou na morte de 78 trabalhadores. A partir daquela data, então, as 
entidades engajadas na defesa de condições adequadas à atuação dos trabalhadores 
recordam anualmente o episódio como forma de despertar empresários e 
administradores públicos para a necessidade de prevenção de acidentes e doenças 
ocupacionais. (MPT-CE)
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