sábado, 21 de abril de 2012

Lambança no Supremo

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Com todo o respeito, mas a lambança chegou ao Supremo Tribunal Federal. Conflitos de opinião entre seus ministros viraram tertúlias pessoais e agora descambam para acusações e agressões públicas. Tome-se o entrevero entre o ex-presidente Cezar Peluso e o agora vice-presidente Joaquim Barbosa. Coube ao primeiro levar para a mídia suas diferenças, chamando o colega de “inseguro, dado a reações violentas, ofendendo-se por qualquer coisa”. Barbosa, o primeiro negro a integrar a mais alta corte nacional de justiça, devolveu o agravo com artilharia pesada: levantou o tema do racismo, há muito longe de debates na sociedade brasileira, sentindo-se discriminado, e devolveu as agressões. Rotulou Peluso de “brega, caipira, desleal, tirano e pequeno”. Acrescentou que o ex-presidente manipulava resultados de julgamentos e tratou de forma desrespeitosa seu problema de saúde.

Dias atrás, estranharam-se os ministros Ricardo Lewandowski e Gilmar Mendes. Este cobrou o relatório a cargo daquele, ministro-revisor do mensalão, e recebeu conselho para não se meter em assunto alheio.

O Supremo, desde sua criação, é constituído por pessoas iguais a todos nós, sujeitas a emoções, idiossincrasias e amuos. Mesmo assim, se houve roupa suja para lavar, a tarefa sempre foi feita em casa. Hoje parece diferente, e não se diga ser a culpa da imprensa. Desde que as sessões passaram a ser transmitidas ao vivo, pela TV-Justiça, que os meretíssimos vem expondo seus nervos à flor da pele.(Carlos Chagas)

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