quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

Dilma usa dinheiro do FGTS para garantir compromissos com a dívida pública, denuncia central sindical

Atnágoras Lopes

O Governo Federal e o Ministério da Fazenda fizeram uma manobra contábil e utilizaram R$ 7,2 bilhões do FGTS (Fundo de Garantia por Tempo de Serviço), fundo que deveria apenas pertencer aos trabalhadores.

O valor foi usado para quitar uma dívida relativa a subsídios concedidos para investir no programa habitacional Minha Casa, Minha Vida, que é de total responsabilidade do Governo Federal. O débito vem se acumulando e terá de ser quitado um dia.

O FGTS tem sido usado para os programas de subsídio concedido à população de baixa renda.

Com essa manobra, por exemplo, o trabalhador que financia sua moradia, em síntese, não está recebendo nenhum subsídio do governo e sim pagando em dobro por sua moradia: parte com seu FGTS e o outro montante com o seu salário.

O governo utilizou 17,5% do valor total do FGTS em 2012. O Tesouro Nacional, amparado pela lei, decidiu reter os recursos a serem devolvidos ao FGTS, mas sem prazo-limite.

Essa manobra foi feita para que governo conseguisse fechar suas contas  e garantir sua meta fiscal. Entretanto, o Tesouro Nacional está mantendo retido um dinheiro que já está comprometido para o pagamento do fundo.

Segundo os técnicos do governo, o pagamento do fundo não irá impactar na dívida pública. Entretanto, segundo Auditoria Cidadã, o governo já comprometeu 67% do seu orçamento para o pagamento da dívida, somente em 2012. Isso representa mais de R$ 753 bilhões nos gastos do orçamento da União.

O BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) contribuiu com R$ 2,31 bilhões em dividendos à União.

A Caixa também participou das manobras, antecipando o pagamento de R$ 4,6 bilhões em dividendo, após registrar lucro de R$ 4,1 bilhões até setembro de 2012. Além disso, pagou um valor recorde de R$ 7,7 bilhões para o governo.

Em compensação pelos dividendos, o governo aumentou o capital da Caixa em R$5,4 bilhões usando ações da Petrobrás.

Todos os recursos usados tinham como objetivo de fechar as contas do governo e cumprir a meta fiscal de R$ 139,8 bilhões.

O membro da Secretaria da Executiva Nacional da CSP-Conlutas, Atnágoras Lopes, desaprova essas manobras contábeis e fiscais usadas pelo governo na tentativa de simplesmente alcançar as metas fiscais para o pagamento da dívida publica. “A dívida pública supera 40% do orçamento da União e é voltada apenas para o pagamento e enriquecimento dos bancos. Só serve para desgastar a classe trabalhadora e a população que contam com o FGTS como um respiro ao perder um emprego ou na compra de um imóvel”, ressalta.

“Para a CSP-Conlutas”, afirma Atnágoras, “o melhor seria o governo não pagar a dívida ou que o Tesouro Nacional se responsabilize pela utilização do dinheiro do fundo de garantia para benefícios sociais”, finaliza.

Com informações da Folha de São Paulo e Auditoria Cidadã da Divida

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