quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

Após novo impasse em caso bilionário, presidente do TST propõe indenização de R$ 250 milhões

DO UOL NOTICIAS
O caso que envolve a maior indenização trabalhista do país teve uma nova audiência no TST (Tribunal Superior do Trabalho), em Brasília, nesta quinta-feira (28). E, mais uma vez, a  reunião terminou com um impasse, sem acordo entre as partes.
Na audiência de conciliação realizada hoje, as empresas Raizen Combustíveis S.A. (Shell) e Basf S.A. apresentaram propostas que foram rejeitadas pelos trabalhadores. Diante disso, o presidente da Corte, ministro João Oreste Dalazen, submeteu uma nova proposta para apreciação. "É um processo desafiador e as propostas ainda estão distantes dos interesses das partes", disse.
O caso diz respeito ao caso de trabalhadores contaminados por poluentes organoclorados em uma fábrica de praguicidas em Paulínia (SP). O processo é a maior causa trabalhista em tramitação atualmente, com uma indenização por danos morais coletivos estimada em torno de R$ 1,1 bilhão.

Se as partes não chegarem a termo na próxima audiência, o caso retomará o seu trâmite regular para julgamento pela 7ª Turma do Tribunal, afirmou o ministro Dalazen.As empresas apresentaram novas propostas quanto a prestação de assistência médica integral e vitalícia, indenização por danos morais e materiais individuais, e indenização por danos morais coletivos. Porém, não houve composição com os trabalhadores. Como não se conseguiu chegar a um acordo, após apresentar sua proposta, o presidente do TST marcou nova audiência para a próxima segunda-feira (4), às 15h, no TST. Também ficou acertado que as partes se reunirão amanhã (1º), em caráter privado e informal, para ajustarem as cláusulas relativas às proposições da presidência.

Propostas das empresas

As empresas propuseram a criação de um fundo para a prestação da assistência médica integral e vitalícia, com depósito inicial de R$ 50 milhões, a serem complementados com R$ 10 milhões sempre que o saldo atingir R$ 5 milhões.
Quanto à indenização individual por danos morais e materiais, a proposta evoluiu para 43% a mais do que a proposta anterior, atingindo o valor de R$ 73 milhões, a serem distribuídos na forma da sentença.
A indenização por danos morais coletivos foi ofertada em 30% do valor a ser pago a título de indenização individual, o que corresponde a R$ 22 milhões, acrescido do saldo remanescente do fundo remunerado relativo à assistência médica.

Propostas da presidência

Sobre a assistência médica, o presidente do TST propôs que, ao invés da criação de um fundo - cuja administração poderia ser controversa em virtude da ausência de personalidade jurídica – fosse constituída uma conta bancária a ser administrada pelas reclamadas e aferida pelos devidos mecanismos de auditoria. O depósito inicial seria de R$ 50 milhões, a serem complementados de R$20 milhões sempre que o saldo atingir R$ 5 milhões. O gestor seria indicado pelas partes.
A indenização individual por danos morais e materiais, pelo proposto, teria de ser no valor de 75% do montante determinado pela decisão judicial que o fixou, em valores atualizados, em R$ 64,5 mil. A distribuição seria creditada a cada beneficiário em parcela única, no valor de R$ 20 mil por ano ou período trabalhado superior a seis meses.
O valor total da indenização por dano moral coletivo contemplado na proposta da presidência é de R$ 250 milhões. Do montante, inicialmente, seriam deduzidos R$ 50 milhões para a construção de uma maternidade em Paulínia (SP) a ser doado à prefeitura ao término da obra.
*Com informações do TST

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