Candidatura de Lula em 2018 foi o maior erro histórico do PT
Divulgação/PT
Aceita que dói menos: a esquerda brasileira morreu
Para filósofo Vladimir Safatle, filiado ao PSOL e um dos principais pensadores do país, o lulismo encerrou seu ciclo e oposição não tem projeto para o Brasil
o Marco Antonio Araujo, do R7
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Para quem não conhece, o filósofo Vladimir Safatle é um dos mais
atuantes e honestos pensadores de nossa esquerda. É dele o artigo publicado em
El Pais com o título “Como a esquerda brasileira morreu”, seguido do resumo: o
grupo não é mais capaz de impor outro horizonte econômico-político e só conhece
um horizonte de atuação, o “populismo”.
Fosse um adversário dizendo isso, normal. Mas vindo de quem veio, um
filiado ao PSOL, companheiro leal e combativo, com essa clareza e tamanha
contundência, deve doer até nos ossos e na alma de cada militante vagando pelos
escombros do socialismo tupiniquim.
Não foi por falta de aviso. Muitos avisaram que insistir na candidatura
oportunista, natimorta e aventureira de Lula em 2018 era um suicídio político.
Foi, de forma inequívoca, o maior erro de toda a história da esquerda
brasileira. O lulismo preferiu morrer a recuar.
O PT caminhou para o cadafalso por vaidade, arrogância, hegemonismo e
incapacidade de priorizar o bem coletivo. Arrastou milhões de brasileiros
bem-intencionados para uma derrota previsível e, vemos agora, diante de sua
inércia como oposição, merecida.
Mas não há democracia sem que ideias contrárias tenham força, equilíbrio
e legitimidade. O Brasil tem um imenso vazio a ser preenchido. Pelo visto, vai
demorar uma boa dezena de anos para que os companheiros se reaglutinem e tenham
algo de novo a dizer ao povo que juram defender.
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