Em carta, 20 governadores criticam fala de Bolsonaro sobre miliciano
Foto: Antonio Cruz/ Agência Brasil
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A iniciativa de se posicionar contra as falas de Bolsonaro partiu do governador Wilson Witzel (PSC-RJ), endossada em seguida por João Doria (PSDB-SP). Ambos são adversários políticos do presidente. Depois, outros governadores chancelaram a proposta.
A carta, divulgada pelo Fórum dos Governadores, começou a ser gestada no final de semana, após Bolsonaro ter acusado a “PM da Bahia do PT” de uma “provável execução” de Adriano, ex-capitão da PM morto em operação policial no último dia 9. O presidente insinuou que pode ter havido queima de arquivo pela polícia da Bahia, o que foi rebatido pelo governador do estado, Rui Costa (PT).
Homenageado duas vezes na Assembleia Legislativa do Rio pelo hoje senador Flávio Bolsonaro (sem partido), Adriano é citado na investigação que apura a prática de “rachadinha” (esquema de devolução de salários) no gabinete do então deputado estadual. O miliciano teve a mãe e uma ex-mulher nomeadas por Flávio.
A carta também aborda declarações de Bolsonaro sobre a reforma tributária. Segundo eles, o presidente se referiu à reforma, “sem expressamente abordar o tema, mas apenas desafiando governadores a reduzir impostos vitais para a sobrevivência dos estados”. A conduta, avaliam, não contribui “para a evolução da democracia no Brasil”. “É preciso observar os limites institucionais com a responsabilidade que nossos mandatos exigem. Equilibro, sensatez e diálogo para entendimentos na pauta de interesse do povo é o que a sociedade espera de nós”, dizem os governadores na nota.
“Trabalhando unidos conseguiremos contribuir para melhorar a qualidade de vida dos brasileiros, pela redução da desigualdade social e a busca pela prosperidade econômica. Juntos podemos atuar pelo bem do Brasil e dos brasileiros”, continua a carta.
Ao final, eles convidam Bolsonaro a participar de um encontro do fórum em 14 de abril. Além de Camilo Santana (PT), do Ceará, assinam a nota governadores de 19 outros estados: São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Rio Grande do Sul, Sergipe, Piauí, Rio Grande do Norte, Bahia, Paraíba, Distrito Federal, Minas Gerais, Pará, Maranhão, Acre, Amapá, Pernambuco, Alagoas, Mato Grosso do Sul e Amazonas. Não assinaram a carta os governadores Carlos Moisés (PSL-SC), Marcos Rocha (PSL-RO), Antonio Denarium (PSL-RR), Ronaldo Caiado (DEM-GO), Mauro Mendes (DEM-MT), Mauro Carlesse (DEM-TO) e Ratinho Júnior (PSD-PR).
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