Saiba quais são os fenômenos astronômicos previstos para 2020
Calendário prevê eclipses solares, lunares e chuvas de meteoros
O primeiro deles está previsto para a madrugada
entre 31 de março e 1º de abril, quando ocorrerá a conjunção de Marte com
Saturno. “Conjunção é simplesmente uma condição de posição; quem olha da Terra,
tem a impressão que os planetas estão bem próximos, quase do lado um do outro”,
explica o coordenador do projeto Astro&Física do Instituto Federal de Santa
Catarina e doutor em física pela Universidade Federal de Santa Catarina,
professor Marcelo Schappo.
No dia 20 de dezembro, outra conjunção atrairá,
para o céu, os olhares dos apaixonados por astronomia. “Essa é relativamente
rara porque ocorre, mais ou menos, de 20 em 20 anos. Ela tem como protagonistas
Júpiter e Saturno, dois planetas muito grandes do nosso Sistema Solar. Eles
ficarão muito próximos. É bem legal acompanhar até por quem não tem
telescópio”, disse o astrônomo.
Eclipse lunar penumbral
Outro evento destacado por Schappo é o eclipse
lunar penumbral que ocorrerá em 5 de junho. Esse não será visível no Brasil,
mas exatamente um mês depois, no dia 5 de julho, está previsto outro eclipse
lunar penumbral e esse poderá ser visto no país.
Segundo o professor, muitas pessoas confundem o
eclipse lunar penumbral com o parcial. “A diferença é que, no parcial, uma
parte do disco da Lua entra na sombra da Terra. Já no penumbral, uma parte do
disco da lua entra na penumbra da Terra, que é uma região mais iluminada do que
a sombra”.
“Então fica um pouco mais complicado perceber a
olho nu quando o penumbral é pouco intenso. Esse penumbral de julho será de
cerca de 40%, então talvez dê para acompanhar algum obscurecimento da face da
Lua”, acrescenta.
Outro eclipse penumbral está previsto para o dia 30
de novembro. “No Brasil, só veremos a parte inicial desse eclipse, porque a Lua
estará se pondo quando ele começar. Quem estiver no Norte do país, em um lugar
próximo da divisa a Oeste com os outros países da América do Sul, terá a chance
de vê-lo por mais tempo”, informou o pesquisador.
Eclipse solar
Neste ano, teremos dois eclipses relacionados ao
Sol. O do dia 21 de junho não será visível no Brasil. “Esse será um eclipse
muito bonito de se ver porque é o chamado anular. Ele ocorre quando a Lua entra
na frente do Sol, mas não completa o obscurecimento dele. Fica um anel de luz e
fogo ao redor do Sol. Será ótimo de ser visto em uma faixa do continente
africano”, diz Schappo.
No dia 14 de dezembro haverá um eclipse solar
total, que ocorre quando a Lua passa pela frente do Sol e obscurece
completamente o disco solar. “A faixa de observação da totalidade do eclipse
será no Sul da América do Sul. Argentina e Chile serão os melhores locais para
a observação”, informa o astrônomo.
No Brasil, esse eclipse será percebido de forma
parcial, com a Lua escondendo apenas um pedaço do Sol. Quem estiver na Região
Sul do país terá melhores condições de observar essa parcialidade, que ocultará
de 60% a 70% do disco solar.
“Para quem estiver mais ao Norte, esse percentual
será menor. Brasília, por exemplo, verá uma cobertura de cerca de 20%”,
completou o astrônomo que faz um alerta: “É fundamental adotar alguns cuidados
para ver eclipses solares. Jamais olhem diretamente para o Sol”.
Segundo ele, “independentemente da parcialidade, o
eclipse solar é algo perigoso de se olhar sem a devida proteção”.
Para fazer a observação, a possibilidade mais
barata é ir a uma loja de construção ou de ferragens e procurar por um vidro de
soldador, de tonalidade 14. Basta colocar o vidro na frente dos olhos para
fazer a observação do Sol, tanto durante quanto fora do eclipse.
Outra possibilidade citada por Schappo são as
observações indiretas, por meio da projeção de uma sombra do eclipse em uma
superfície. “Isso pode ser feito com a ajuda de um físico ou de um observatório
astronômico, caso haja na cidade. Em geral, esses profissionais sabem bem como
montar esse sistema de observação indireto”.
Ocultação de Marte
No dia 9 de agosto, entre as 5h20 e as 6h20
(horário de Brasília), terá a chamada ocultação de Marte. "Essa é bem
interessante. A Lua passará na frente do planeta Marte. É quase como se fosse
um eclipse".
Os fenômenos envolvendo os dois corpos celestes não
param por aí. "Lua e Marte estarão praticamente coladinhos no dia 6 de
setembro, por volta da 0h30", o que, segundo Schappo, também é um fenômeno
interessante de ser visto.
Chuvas de meteoros
A madrugada entre 13 e 14 de dezembro terá outro
evento astronômico bastante interessante: o ápice da chuva de meteoros chamada
de chuva de Gemenídeas.“Será a melhor chuva de meteoros do ano, com uma taxa de
150 meteoros a cada hora”.
Popularmente conhecido por estrelas cadentes, os
meteoros poderão ser vistos com facilidade, principalmente a partir de lugares
mais escuros. “Basta olhar para o céu durante um longo período de tempo. O
ideal é se afastar das luzes da cidade. A oportunidade estará associada a uma
lua nova, que estará apenas 0,6% iluminada. Isso contribuirá muito para
percebermos o fenômeno”, completou o astrônomo.
Calendário astronômico para 2020
31 de março a 1º de abril: conjunção de Marte com
Saturno
5 de junho: eclipse lunar penumbral
5 de julho: eclipse lunar penumbral
14 de julho: Júpiter em oposição
20 de julho: Saturno em oposição
21 de julho: eclipse solar (anular)
9 de agosto: ocultação de Marte
30 de novembro: eclipse penumbral
13 a 14 de dezembro: chuva de meteoros
14 de dezembro: eclipse solar total
20 de dezembro: conjunção entre Júpiter e Saturno
(Com informações da Agência Brasil)
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