Militares fazem reivindicação de anistia e vários auxílios
Grande parte da Polícia Militar está de braços cruzados em Fortaleza, assim como em quase todo o interior do Estado. A paralisação chega ao seu 11º dia e, até agora, não há indícios que levem a crer que os agentes voltem aos trabalhos normalmente. Entretanto, a categoria busca ter solicitações pedidos e reivindicações atendidas pelo Governo do Ceará. A pauta composta por 18 quesitos que compõem o projeto de melhoria das condições de trabalho dos membros da corporação militar.
Entre os pontos listados pelo agentes, apresentados durante reunião realizada na manhã de ontem, constam a total anistia administrativa e criminal dos participantes do movimento, reajuste salarial conforme a inflação vigente, regulamentação da escala de trabalho, recriação do Hospital da Polícia Militar ou implantação do auxílio-saúde, auxílio de risco de vida, dentre outros.
O encontro entre o representante dos militares – Walmir Medeiros, que é coronel reformado do Exército Brasileiro, além de advogado – e a comissão composta por membros dos três poderes do Estado, aconteceu na sede do Ministério Público do Ceará (MPCE). Formando a trinca estão Juvêncio Viana (procurador-geral do Ceará), Evandro Leitão (deputado estadual pelo PDT) e Teodoro Silva Santos (corregedor-geral do Tribunal de Justiça do Estado). Outros nomes participam como mediadores, como Erinaldo Dantas (presidente da Ordem dos Advogados do Brasil, seção Ceará) e Marcos Cesário (coronel do Exército Brasileiro). No ato, a lista de reivindicações foi apresentada pelo interlocutor do grupo amotinado. Manuel Pinheiro, procurador-geral de Justiça e que também age como mediador, deixou a reunião otimista e esperançoso por desfecho positivo em breve.
Números assustadores no Estado
O motim no Ceará começou quando homens encapuzados se identificaram como agentes de segurança do Ceará, dominando e ocupando os quartéis, depredando veículos da Polícia. Vale ressaltar que os policiais militares estão reivindicando aumento salarial acima do proposto acertado pelo governador Camilo Santana.
esde a deflagração do movimento paredista, o Estado conta com mais de 170 assassinatos. Os registros apresentam um acréscimo de 37% em relação aos casos registrados durante a última paralisação no Ceará, que foi em 2012. Naquele ano o movimento durou sete dias (de 29 de dezembro de 2011 e 4 de janeiro de 2012), um a menos que atual, e teve 124 assassinatos. Desde que começou, subiu para 47 o número de policiais militares presos. Desse total,43 agentes foram presos por deserção (abandono do serviço militar), três por participação em motim, e um PM preso por queimar um carro particular.
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