Ana Cláudia Dolores anadolores.pe@dabr.com.br
Apesar do risco de desabar, engenheiros
acham que os pilares podem ser recobertos
com concreto
Imagem: ANNACLARICE ALMEIDA/DP/D.A PRESS
O Edifício Olinda, na Avenida Mário Melo, em Santo Amaro, Centro do Recife, deverá ser lacrado amanhã pela Coordenadoria de Defesa Civil do Recife (Codecir). A medida é para impedir o acesso de qualquer pessoa ao prédio, que apresenta risco muito alto de desabar. Ontem, foi mais um dia para os moradores retirarem os seus pertences. A expectativa da Codecir é que, até amanhã, todos tenham deixado o edifício para que os serviços de recuperação da estrutura sejam iniciados pela empresa contratada pelo condomínio já na sexta-feira. O engenheiro civil calculista Cláudio Mota, um dos mais renomados do estado, acredita que uma solução técnica para salvar o prédio seria fazer o “encamisamento”, que é recobrir os pilares com concreto.
Segundo o diretor de Engenharia da Codecir, Ronaldo Santos, a ordem para a desocupação imediata do prédio tem mais força que a interdição em si, que é uma medida administrativa tomada pela Dircon. Quando todos os moradores deixarem o prédio, ele será lacrado para recuperação e só deverá ser liberado quando cessar o risco de queda, que é potencial. Isso quer dizer que existe a possibilidade de o prédio cair se não forem tomadas as medidas emergenciais. “Se fosse um risco iminente, teríamos mandado todos saírem em poucas horas, inclusive os vizinhos, porque o prédio poderia ruir a qualquer hora. Vamos insistir com o condomínio para não alcançarmos esse estágio. Com a saída dos moradores e a retirada dos móveis, o prédio ficará mais leve”, esclareceu.
O síndico do edifício Olinda, Hugo Reis, disse que o condomínio está aguardando a saída completa dos moradores para dar início à obra. Apesar da urgência, o condomínio só conseguiu os recursos para a primeira parte do serviço. “A princípio, será feito um escoramento. Estamos conversando com os proprietários e, até agora, ninguém que foi ouvido se negou a colaborar”, disse. A situação mais crítica foi encontrada nos três andares superiores: 15º, 16º e 17º, que estão com problemas graves na laje, pilares e vigas expostas e enferrujadas.
Segundo o engenheiro civil calculista Cláudio Mota a solução do “encamisamento” é viável. “É uma solução que interfere na arquitetura do prédio. Os pilares ficarão maiores e mais visíveis. É um defeito estético, mas necessário para proteger a vida do edifício”, analisou. A execução desse trabalho, quando não é interrompido, costuma durar cerca de seis meses.
O Edifício Olinda tem 40 anos, 17 andares e 80 apartamentos. Até ontem, a Codecir contabilizou que 34 famílias tinham deixado o imóvel. O casal Ermelinda Marinho, 77, e Juraci Domingos, 76, partiu ontem para um apartamento que conseguiu alugar no Ipsep. Foi difícil despedir-se do imóvel próprio, dos amigos e da vista do Rio Capibaribe. “Foi essa paisagem que nos conquistou. Agora, estamos tendo que deixar nosso único bem”, disse Ermelinda.
(Diário de Pernambuco)
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