Por Odésio de Castro*
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Assistindo agora o jornal da cultura, foi noticiado a solenidade de despedida de Henry Sobel, que por 25 anos presidiu a Congregação Israelita Paulista, a mais significativa da América Latina. Ele volta para os USA. AO seu lado estava Dom Odílio Sherer, Cardeal de São Paulo, e outras personalidades expressivas. Para quem não o conhece ou não lembra, Sobel é aquele Rabino que fala um português bem enrolado (Ele é judeu americano). Um homem que exerceu uma liderança respeitada na comunidade judaica paulista e de todo Brasil.
Particularmente o admirava, pelo ser humano, pelo profundo conhecimento religioso, e sobretudo pelo espírito solidário e humanista. Sua vida teve uma mancha. Uma mancha que o atormentará talvez por toda sua existência. Ele foi pego furtando uma simples gravata numa loja me parece, em Miami. Sua atitude chamou atenção pelo fato de não precisar furtar uma simples gravata já que recebe um salário razoável como Rabino e Presidente da GIP, bem como sua justeza de caráter, e acima de tudo um ser humano que tem como ocupação principal orientar sua comunidade dentro do mais justo padrão moral, notadamente na moral religiosa contida na Bíblia Hebraica ( o antigo testamento). Para mim, seu ato - moralmente condenável-, merece perdão. O senso comum à época teve dificuldade de perdoá-lo, e o condenou.
Olhando pelo lado do líder religioso que é realmente fica difícil não condenar, afinal o líder deve ser o exemplo. Mas o fato serve para tirarmos uma lição de vida: o ser humano é capaz do gesto mais altruísta; mas tb é capaz de atitude imoral. Seja Ele uma grande personalidade ou uma pessoa comum. Grandes personalidades mundiais não foram cem por cento moralmente corretas. Apenas citando uma que me vem agora à mente, Ghandi, apesar de sua grandeza espiritual, era uma pessoa marcada por profundo sentimento de culpa e reparem, de inutilidade. Seu biógrafo não diz as razões. Um ser humano marcado tão fortemente por sentimento de culpa, certamente fez algo moralmente que deixa a desejar
Voltando a Henry Sobel o perdão é mais que justo, pois seu gesto foi uma tolice, uma venialidade. Um gesto irracional. Henry Sobel, acredito, e por isso o perdoo, foi acometido de uma desatenção moral. Levou uma vida tão atenta moralmente como líder religioso, que de repente não mediu as consequências de um ato imoral.
*Odésio de Castro é advogado e servidor da Assembleia Legislativa do Estado do Ceará
sexta-feira, 1 de novembro de 2013
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