sexta-feira, 1 de novembro de 2013

PRETO NO BRANCO, coluna publicada no jornal O ESTADO

Sexta-feira, 01 de novembro de 2013
                          A VOZ DO DONO E A DONA DA VOZ
Há poucos dias, a ex-senadora e hoje vereadora de Maceió, Heloisa Helena, revelou a um dos principais jornais de Alagoas sobre a existência de um acordo prévio entre o governador Eduardo Campos e a ex-ministra Marina Silva sobre a definição da cabeça da chapa presidencial do PSB, em 2014. Segundo Heloisa Helena que é não apenas amiga pessoal, mas uma das principais apoiadoras de Marina em seu projeto de fundação do Rede Sustentabilidade, haveria um acordo pelo qual a definição sobre o nome do PSB/Rede para concorrer contra Dilma só será feita no último momento, de modo a considerar o que estiver melhor avaliado nas pesquisas. Essa declaração caiu como uma bomba no ninho da pomba socialista, que já vinha sendo alvo do chamado “fogo amigo” por parte da militância do Rede que não admite a hipótese de não ver sua mentora candidata à presidência em 2014.

O contra-ataque do PSB veio por meio de um artigo publicado, esta semana, da autoria de ninguém menos que o ex-ministro Roberto Amaral, vice-presidente do partido, fazendo pesadas críticas aos dois principais conselheiros de Marina, a quem chamou de defensores do “campo conservador, que trabalha sob o marco da tragédia que foi o governo neoliberal de FHC”. Sem cerimônias ou meias palavras, Amaral citou nominalmente Lara Rezende e Gianetti, os mentores da política econômica marinheira, a quem também atribuiu a qualidade de serem incensados pela “mídia vassala”, juntamente com outros nomes fortes no reinado do ninho tucano, ou seja, Mailson da Nóbrega, Pedro Malan e Armínio Fraga. O texto do vice-presidente do PSB, que evidentemente jamais seria publicado sem a autorização de Eduardo, sai logo após o primeiro seminário programático realizado entre os sonháticos do Rede e os pragmáticos do PSB, onde, o consenso esteve muito longe de ser a tônica.

O fato é que Marina continua na vitrine e como tal não tende a perder espaço para Eduardo que, conforme o próprio Lula tem declarado, colocou-se voluntariamente à sombra dos 19 milhões de votos da “aliada”. Mas é de Eduardo Campos, por herança recebida do avô e o ex-ministro Ciro Gomes que o diga, o aparelho partidário. Os embates entre os militantes e caciques do Rede e do PSB prometem prosseguir até o dia da definição da candidatura.

Quem conhece o personalismo de Eduardo Campos e sua verdadeira obsessão pela poder, não acredita muito no acordo mencionado por Heloisa Helena ou , se de fato ele existe, que Eduardo venha a cumpri-lo, até porque já demonstrou, com suas movimentações, não ser lá muito chegado a cumprir acordos, ainda mais políticos. Resta saber qual será a reação de Marina e de sua Rede e o que mais de sabotagens recíprocas poderemos esperar nessa batalha entre a voz do dono e a dona da voz.
CURTO CIRCUITO
Ingenuidade -De Brasília, “grande notícia”: o Senado Federal estava preparado para aprovar projeto de lei proibindo a publicação de resultados de pesquisas eleitorais 15 dias antes do primeiro ou do 2o turno das eleições. A ideia “murchou” quando o autor lembrou-se de que pesquisas proibidas aqui poderiam ser publicadas na vizinha Argentina...
• No desespero -  A Confederação Nacional de Municípios – CNM, encaminhou ao Palácio do Planalto um documento mostrando à presidente Dilma Rousseff a desesperadora situação de mais de três mil municípios de pequeno porte. Segundo o levantamento essas comunas não terão condições de pagar os servidores, dentro de três ou quatro meses.
UMAS & OUTRAS
enxurrada  -    Até parlamentares governistas, mostram-se preocupados com um problema que começa a crescer, e que tem tudo para se alastrar. Trata-se da “ameaça” de que representa a presença de mais de 10 mil médicos nacionais e estrangeiros no programa “Mais Médicos”, em plena campanha eleitoral, e sem instalações físicas nem equipamentos.   
• Fundamental - Foi decisivo o deputado Danilo Forte (PMDB) na relatoria da LDO, que por pouco não foi aprovada, não fora a sua atuação. Os parlamentares simplesmente não aprovariam nada, sem antes de ver assegurada a PEC que cria o Orçamento Impositivo, fim da “embromação” de que eram alvos autores de emendas ao Orçamento.
• Frase - “A política ama a traição. Mas, logo, abomina o traidor.” (Leonel Brizola)

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