projeto de combate às larvas do Aedes aegypti
O combate às larvas do mosquito Aedes aegypti pode contar com uma ação inovadora desenvolvida por alunos da Universidade Federal do Ceará. Um grupo de estudantes do Curso de Biotecnologia da instituição está desenvolvendo um projeto que consiste na modificação genética das microalgas Chlamydomonas sp. para produção da proteína Cry, tóxica às larvas do mosquito transmissor de doenças como dengue, zika e chikungunya.
Orientados pelos professores André Luís Coelho da Silva e Bruno Anderson Matias da Rocha, os estudantes pretendem inscrever o projeto em uma das mais significativas competições em biologia sintética do mundo: o iGEM (International Genetically Engineered Machine), que acontece anualmente em Boston, nos Estados Unidos.
"A competição é bem conhecida na área de biotecnologia e, para participar, ela exige que desenvolvamos um projeto de impacto social, especialmente na região. Então, montamos um grupo de alunos e através de reuniões com os professores orientadores, pensamos em como poderíamos utilizar biotecnologia para resolver algum problema social local. Foi aí que chegamos aoAedes aegypti e bolamos uma estratégia de combate ao mosquito desde seu estágio larval", explica o estudante Marcus Rafael, integrante da equipe. Ele ressalta que apesar de a proteína ter ação larvicida, não é tóxica aos humanos.
O aluno destaca que as ações desenvolvidas no decorrer do projeto devem ser atualizadas periodicamente num site da plataforma wiki, por isso o grupo conta, ainda, com a participação de um aluno de Sistema de Mídias Digitais da UFC e de um graduando em Engenharia de Computação da Universidade de Brasília (UnB).
ANDAMENTO DO PROJETO – O protocolo de crescimento in vitro da microalga está estabelecido e a próxima etapa é fazer a transformação, que é a transferência do gene da Cry para a microalga. "O gene da proteína é de uma espécie de bactéria. O processo é, basicamente, retirar apenas o gene da Cry da bactéria e inserir na microalga", detalha Marcus Rafael. Após a modificação, as microalgas devem ser colocadas num dispositivo semelhante a uma membrana que seja capaz de permitir a liberação da proteína para reservatórios onde haja possíveis focos do mosquito.
PRÉ-IGEM – O trabalho dos estudantes de Biotecnologia incentivou a inscrição da iniciativa, pelo Prof. André Luís Coelho da Silva, como projeto de extensão, o Pré-iGEM – Estimulando a Inovação Biotecnológica. A ideia é que a participação do primeiro "time" da UFC no iGEM incentive outros grupos a desenvolverem projetos para concorrer na competição.
INTEGRANTES – Do Curso de Biotecnologia, integram a equipe os estudantes Ana Caroline, Marcus Rafael, Beatriz Chaves, Fabrícia Diniz, Jorge Neto, Larissa Queiroz, Danilo Vasconcelos, Wallady Barroso e Renato Marques. Daniel Carlos é aluno de Sistemas e Mídias Digitais da UFC; e Daniel Dantas, estuda Engenharia da Computação na UnB.
CAMPANHA DE FINANCIAMENTO COLETIVO – Para divulgar o desenvolvimento do projeto, o grupo criou a página "Team iGEM – UFC" no Facebook (www.facebook.com/igemufc). Na busca de possíveis incentivadores, também foi criada uma campanha de financiamento coletivo: http://goo.gl/qJw0zi.
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