A Polícia Militar de Pernambuco, no intuito de reprimir a manifestação, encurralou os participantes com tiros de balas de borrachas e bomas de gás lacrimogêneo, as chamadas bombas de efeito moral, chegando a invadir até o campus da Universidade Federal de Pernambuco em um de seus centros de maior tradição e simbolismo, a Faculdade de Direito, onde vários manifestantes tentavam se refugiar, buscando proteção contra os ataques das forças repressivas.
As imagens flagradas por câmeras e celulares revelam um cenários que mais lembra os anos de chumbo da ditadura militar, a ponto de já se haver espalhado, pela rede, um novo apelido para o governador Eduardo Campos, que teria determinado a repressão, Dudu Malvadeza, numa alusão ao baiano Antônio Carlos Magalhães, apelidado de Toninho Malvadeza e que como governador de seu Estado mandou a PM bater em estudantes que, da mesma forma que aqueles do Recife, manifestavam-se contra o aumento das passagens.
Além das cenas de agressão física e intimidação moral, os órgãos de segurança do governo Eduardo Campos ainda se utilizaram de um expediente tido como corriqueiro nos tempos ditatoriais: a intimação dos líderes do movimento, às vésperas de dua realização, para que prestassem depoimento no exato horário do evento, como forma de intimidação e desmobilização.
Com certeza, o avô de Eduardo Campos, o ex-governador e ex-preso político Miguel Arraes, a essas horas deve estar se remexendo no túmulo, vendo o neto jogar esgoto adentro, todo o seu legado de lutas democráticas.
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