A conclusão veio de mais de 20 anos de estudo, com análise
de aproximadamente 1.400 homens e 2.600 mulheres que tiveram derrame. Para verificar a influência de diversos tipos de
proteínas alimentares em casos de AVEs, os pesquisadores dividiram os
participantes do estudo de acordo com a quantidade ingerida de carne vermelha,
aves, peixes, laticínios e outras fontes de proteínas.
Os pesquisadores observaram as mudanças no risco de AVE de
acordo com a substituição de fontes de proteína na alimentação. Trocar uma
porção de carne vermelha pela mesma quantidade de ave abaixou o risco da doença
em 27%. Já substituir a mesma porção de carne por oleaginosas ou peixe resultou
na queda de 17% nas chances de ter um derrame, e a troca de uma porção de carne
vermelha por laticínios fez com que o risco caísse de 10 a 11%.
Homens que comiam mais de duas porções de carne vermelha
por dia - quantidade considerada a maior dentro das ingeridas dentro do estudo -
tinham risco 28% maior de sofrerem um acidente vascular encefálico, em
comparação àqueles que comiam, em média, um terço de porção de carne vermelha
por dia - considerada a menor porção dentro do estudo. Os pesquisadores
consideraram uma porção de carne vermelha como 100 a 170g de carne.
Entre as mulheres, aquelas que comeram até duas porções de
carne vermelha por dia tiveram um risco 19% maior de sofrer derrames do que
aquelas que comem menos de metade de uma porção diariamente. Um aumento de 19%
no risco de AVE significa que, em vez de 26 a cada 1.000 pessoas sofrerem da
doença, 31 a cada 1.000 provavelmente passarão por isso.
Coma menos carne vermelha e viva mais
Um estudo recém-publicado pela revista Archives of
Internal Medicine demonstra que quem come menos carne vermelha e carnes
processadas vive mais. A pesquisa acompanhou por 10 anos mais de meio milhão de
pessoas com idades entre 50 e 71 anos. A quinta parte das pessoas que mais
ingeria carne vermelha (média de 62.5g / 1000 Kcal por dia) foi a que apresentou
maior mortalidade independente da causa, e também maior mortalidade por doenças
cardiovasculares e câncer, quando comparada à quinta parte que menos ingeria
carne vermelha (média de 9.8g / 1000 Kcal por dia).
Essa mesma relação de risco foi observada com o consumo de
carnes processadas de maior consumo e maior risco de mortalidade. No caso da
carne branca, os resultados foram exatamente opostos. A quinta parte das pessoas
que mais ingeria carne branca tinha menor risco de mortalidade geral, assim como
por doenças cardiovasculares e câncer, quando comparada à quinta parte que menos
comia carne branca.
Os pesquisadores calculam que entre 11 e 16 % das mortes
poderia ser evitada se as pessoas comessem menos carne vermelha, e a redução do
risco de mortalidade por doenças cardiovasculares poderia chegar a 21%. As
carnes vermelhas contêm grande quantidade de gordura saturada que por sua vez
está associada ao aumento dos níveis de colesterol, da pressão arterial e do
risco de câncer. As carnes vermelhas ainda possuem reconhecidos compostos
carcinogênicos, que podem ser ainda mais concentrados nas carnes
processadas.
Para o neurologista Ricardo Teixeira, não é o caso de
radicalizar e recomendar que todo mundo adote a dieta vegetariana. Limitar o
consumo de carnes vermelhas e processadas a menos de 10% das calorias diárias já
é o suficiente. Nesse sentido, dietas com altos teores de carne vermelha como
fonte de proteína (ex: dieta do "Dr. Atkins") não garantem bons resultados à
saúde quando se pensa a longo prazo.
Fonte: R7 Notícias
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