segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

Manifestação na Paulista repudia a desocupação do Pinheirinho


DO Coletivo Passa Palavra

Diversos setores da esquerda mobilizam-se em solidariedade às famílias do Pinheirinho.
 Por Passa Palavra
fotos-ato-maspLogo que a notícia sobre a ação de reintegração de posse na Comunidade do Pinheirinho, em São José dos Campos, correu a internet e as redes sociais, diversos setores da esquerda mobilizaram-se para organizar um ato em solidariedade na avenida Paulista, cidade de São Paulo.
A invasão da Polícia Militar, com o aval do governo do estado e da juíza estadual Márcia Loureiro, iniciou-se às 6 horas da manhã deste domingo, surpreendendo as cerca de 6 mil pessoas que moravam no local há mais de 8 anos, já que na quarta-feira, dia 18, um acordo firmado na 18a Vara Cível de São Paulo, entre advogados do movimento, da massa falida da empresa Selecta (proprietária do terreno) e alguns parlamentares, determinava a suspensão da reintegração de posse por 15 dias. Ainda assim, apesar da decisão judicial em contrário no nível federal, cerca de 1,8 mil homens da polícia, auxiliados por 2 helicópteros, adentraram a comunidade sem qualquer prévio aviso. Com este desrespeito a uma ordem judicial pelas próprias entidades do poder, verifica-se que está estabelecido um conflito entre as instâncias federal e estadual do poder judiciário e o comando da PM; o que deve gerar bastante polêmica no decorrer desta semana - sem que, no entanto, o destino das famílias possa ser mudado.
ato-paulista-0241Conforme os relatos, a operação foi e está sendo marcada por um uso excessivo de violência policial: bombas de gás lacrimogênio, gás pimenta, cassetetes e até armas de fogo estão sendo usados contra as famílias. Apoiadores que estão acompanhando a ação no local testemunham que lideranças estão sendo capturadas a dedo e sofrendo agressões por parte dos policiais. Até o momento, pelo menos 17 pessoas foram presas e outras tantas estão precisando de atendimento médico emergencial por conta de terem sofrido ferimentos graves ou terem entrado em estado de choque.
Durante o ato desta tarde na avenida Paulista, militantes que presenciaram a ação descreviam estar havendo um verdadeiro estado de sítio em São José dos Campos. Por ordem direta do governador Geraldo Alckimin, todos os acessos à Comunidade do Pinheirinho teriam sido bloqueados pela polícia. Não chegavam ao local sequer médicos, enfermeiros, advogados e assistentes sociais.
117860-970x600-11Embora não compense a grande perda que foi a dissolução da Comunidade do Pinheirinho - uma das maiores ocupações populares da América Latina e, por isso, símbolo da luta por moradia por estas bandas - não podemos deixar de ressaltar o aspecto bastante significativo da realização desta repentina manifestação de solidariedade na capital do estado. Apesar da forte chuva, cerca de 300 pessoas, pertencentes aos mais variados agrupamentos de esquerda (partidos, sindicatos, movimentos sociais e parlamentares) conseguiram organizar uma atividade unificada em pouquíssimas horas, ter bloqueado a avenida Paulista por pelo menos duas horas e expresso o seu apoio às famílias da comunidade destruída.
A atividade foi encerrada às 20h, pois está marcada uma assembleia, em São José dos Campos, às 9h de amanhã, segunda-feira, dia 23. Lá apoiadores e movimentos sociais pensarão e organizarão os próximos passos desta luta. Ainda haverá um ato em Brasília, em frente ao Congresso Nacional, às 10h30, chamado pelo MTD-DF e reunião em São Paulo, às 19h, no Sinsprev, para planejar novas ações.
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