segunda-feira, 16 de abril de 2012

Palco da CPI será tomado por raposas políticas

Palco da CPI será tomado por raposas políticas
Foto: Edição/247

Renan, Jucá, Collor e Vaccarezza são apenas alguns dos nomes que estão garantindo lugar de honra na CPI sobre a Operação Monte Carlo; Dilma pode se preparar um espetáculo que pode custar caro ao seu governo

A CPI sobre a Operação Monte Carlo é absolutamente necessária. Ponto número um. Instalar ou não uma CPI é decisão de competência exclusiva do Poder Legislativo e o Executivo não tem nada a ver com isso. Ponto número dois. Dito isso, a presidente Dilma Rousseff pode se preparar para um espetáculo de consequências imprevisíveis e que irá paralisar a agenda legislativa daqui até o fim de 2012 – até porque, depois da CPI, virão as eleições municipais.

Os principais personagens deste espetáculo serão velhas raposas da política, que já estão garantindo lugar de honra. Ao que tudo indica, o presidente da comissão, a ser indicado pelo PMDB, será o senador Romero Jucá. A relatoria, cargo do PT, caberá ao deputado Cândido Vaccarezza. Curiosamente, dois articuladores políticos que acabaram de ser substituídos pela presidente. Jucá era líder do governo no Senado e Vaccarezza na Câmara. Como irão se comportar depois de terem sido trocados por Dilma?

Esta é a primeira indagação, mas não a única. Jucá bate continência a José Sarney e Renan Calheiros, que não vendem barato seu apoio ao governo. Vaccarezza é alinhado com José Dirceu, que certamente exigirá que a CPI dedique um amplo capítulo às relações da quadrilha de Carlos Cachoeira com órgãos de imprensa – especialmente com a revista Veja.

Na CPI, outras raposas políticas terão presença garantida. O PMDB quer indicar políticos experientes, como os senadores Renan Calheiros e Eunício Oliveira. O PTB garantiu ninguém menos que o ex-presidente Fernando Collor, que terá sua primeira grande tribuna desde que retornou à cena política. E o PSDB deve emplacar também dois nomes fortes: o senador Álvaro Dias, que tem sido um dos principais porta-vozes da oposição, e também o deputado Fernando Francischini, que foi grampeado pelo sargento Idalberto Martins, o Dadá, e prepara um arsenal contundente para se vingar.

Adeus, reformas
Neste contexto, Dilma dificilmente conseguirá tomar qualquer inciativa relevante no Congresso. Para uma economia que já apresenta sinais de baixo dinamismo, é uma má notícia. Uma CPI como a que será instalada nos próximos dias, não durará menos de quatro meses – na melhor das hipóteses. Depois dela, o Congresso funcionará em tempo parcial, porque os parlamentares estarão preocupados com eleições municipais.

Em resumo: 2012 parece ser um ano perdido para qualquer tentativa de reformas no Congresso. E em 2013, naturalmente, já se começará a falar na sucessão presidencial. (Portal 247)

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