domingo, 19 de maio de 2013

Agência de risco Fitch rebaixa nota da OGX, de Eike

A agência de classificação de risco Fitch rebaixou nesta sexta-feira a nota (rating) da dívida em moeda estrangeira de “B” para “B-” da OGX Petróleo, do empresário Eike Batista. O rating nacional de longo prazo também foi revisto para baixo, de “BBB-” para “BB+”, assim como a perspectiva dos ratings corporativos, antes classificada como estável, para negativa. A mudança reflete a opinião da agência de que há maior probabilidade de inadimplência.
A piora das notas deve dificultar a capacidade de financiamento da OGX, segundo analistas. Isso porque deve ter de pagar juros mais altos para emitir títulos ou assinar empréstimos.

A piora da nota fez as ações ordinárias (ON, com direito a voto) da petroleira recuarem 1,12%, a R$ 1,79. Os papéis chegaram a cair 5,03% no pior momento do pregão, por preocupação com o caixa da empresa após a aquisição de 13 blocos de exploração de petróleo no 11ª leilão da Agência Nacional do Petróleo (ANP) no começo da semana.
— O problema é que o corte do rating afeta os títulos de dívida da empresa. Então captações da companhia podem ter de pagar juros mais elevados. Isso é natural, considerando o risco de falta de caixa que a empresa tem — disse Luís Gustavo Pereira, estrategista da corretora Futura.
Injeção de us$ 1 bilhão
A analista Luana Helsinger, da corretora GBM, espera que a empresa tente vender mais participações em campos de produção ou no capital acionário da OGX, para conseguir caixa.
— Outras agências também devem se manifestar no sentido de um rebaixamento de rating. Não sabemos se Eike Batista colocará US$ 1 bilhão na empresa (com uma opção de compra de ações) — disse Luana.
Segundo comunicado da agência, o rebaixamento “reflete as preocupações da Fitch em relação à liquidez da companhia, devido à agressiva aquisição de 13 blocos exploratórios em meio a um período em que está implementando ambicioso programa de investimentos e vem lutando para que a produção de petróleo e gás entre em operação”.
O texto lembra que a OGX continua a enfrentar desafios operacionais e destaca que “há alta possibilidade de a OGX precisar exercer a opção de venda de ações”, que na prática é a injeção de US$ 1 bilhão por Eike, para financiar parte de seu fluxo de caixa negativo. “Os ratings da OGX poderão ser rebaixados se os seus riscos de liquidez continuarem aumentando”, destaca o comunicado.

(O Globo Economia)

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