Frustração. Essa é a palavra mais apropriada para traduzir o sentimento do torcedor do Fortaleza após o apito final na decisão contra o Sampaio Corrêa, na tarde de ontem, na Arena Castelão. O time do Pici abriu o placar logo aos três minutos, com Waldison, e, antes do final do primeiro tempo, Guaru ampliou. Nas arquibancadas, os mais de 50 mil torcedores estampavam sorrisos e tudo parecia que daria certo. Parecia. Na segunda etapa, Arlindo Maracanã diminuiu e, aos 47 minutos, o zagueiro Paulo Sérgio balançou a rede leonina, tirando dos cearenses o sonho de seguir lutando pelo acesso e dando a vaga aos maranhenses. O Santa Cruz, apesar da derrota, terminou na liderança do Grupo A, seguido por Luverdense (que bateu o Águia de Marabá, por 3 a 0), Treze e o próprio Sampaio Corrêa.
FESTA EM TRÊS CORES
Mantendo a base que foi treinada exaustivamente durante a semana, o técnico Luiz Carlos Martins optou por lançar Eduardo Luiz na lateral direita e ter um ataque populoso, com Assisinho, Robert e Waldison. Do outro lado, dois velhos conhecidos do futebol cearense, o técnico Flávio Araújo e o polivalente Arlindo Maracanã, eram as grandes armas do Sampaio Corrêa para a decisão. E a torcida leonina teve bons motivos para acreditar na classificação. Logo aos dois minutos, Paulo Sérgio pegou para si o papel de vilão, quando derrubou Robert na grande área, cometendo pênalti. Após reclamações por parte dos visitantes, Waldison bateu com força e inaugurou o marcador: 1 a 0 e muita festa nas arquibancadas.
Porém, o que deveria ser uma vantagem acabou tornando-se um problema. O pênalti e, consequentemente, o gol logo no início fizeram com que o Fortaleza ficasse muito tranquilo e relaxado, deixando a partida com uma tonalidade perigosa, haja vista que o Sampaio Corrêa passou a ter as rédeas do prélio, já que o time da casa mostrou-se postado mais defensivamente, apostando na velocidade de Assisinho nos contra-ataques. A Bolívia maranhense chegava com perigo à meta de Flávio, mas pecava no último passe. Mesmo assim, o arqueiro tricolor precisou fazer algumas boas intervenções. Enquanto isso, o Fortaleza tentava escapar em jogadas de velocidade, principalmente pelo lado esquerdo de seu ataque, com boas tabelas entre Marinho Donizete e Waldison.
Mas a apatia do time do Pici era visível e, das arquibancadas, vinham os gritos de incentivo. O Sampaio crescia perigosamente, principalmente quando Maracanã apresenta-se na armação. No entanto, foi o Tricolor de Aço que foi às redes novamente. Guaru cobrou falta fechada, precisa, ninguém conseguiu desviar e, no tumulto formado na pequena área, a bola acabou entrando. Gol do Leão e praticamente a certeza de que o tormento de 2012, quando o time perdeu para o Oeste, não se repetiria.
DESFECHO TRÁGICO
No segundo tempo, logo no primeiro minuto, Charles quase ampliou de cabeça, mas o Sampaio respondeu, logo em seguida, e obrigou Flávio a fazer linda defesa, de ponta de dedos. O enunciado da partida era exatamente o mesmo da primeira etapa, com os anfitriões sentados na vantagem, enquanto os maranhenses trabalhavam no meio-campo e, vez ou outra, chegavam com perigo ao campo de ataque. Assisinho, aos 14, arrematou da entrada da área e assustou Rodrigo Ramos. O camisa 11, por sinal, esteve longe de fazer uma partida inspirada, como de costume. Segurando o resultado, LC Martins trocou várias peças e optou por povoar o meio-campo, sacando Robert e Guaru, para as entradas de Jackson Silva e Joílson. Aos 30, Assisinho deu lugar a Ruan.
Foi aí que a coisa desandou e o que parecia improvável começou a se desenhar como uma possibilidade real. Edgar fez boa jogada e Arlindo Maracanã, de voleio, diminuiu. A partir daí, o cenário era o pior possível. A apreensão estampada no rosto do torcedor era o reflexo da instabilidade leonina. Os minutos demoravam a passar e as chances do adversário iam acontecendo. E o castigo por abdicar tão cedo da partida veio, exatamente aos 47. Toti mandou na área e o zagueiro Paulo Sérgio ganhou no alto, fazendo o Castelão emudecer, enquanto a pequenina torcida verde, amarela e vermelha fazia a festa. Empate com sabor de derrota, com sabor de incredulidade, de frustração, de pesadelo. O Fortaleza, novamente, jogará a Série C no ano que vem. ( o ESTADO)
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