Sexta-feira, 04 de outubro de 2013
BUROCRACIA ELEITORAL
Quem estiver interessado em colocar uma dessas pequenas
empresas que têm se mostrado grandes negócios, os chamados partidos políticos,
já deve ficar atento para escolher bem quem assinará as fichas de apoiamento. É
o alerta que fica dos recentes episódios envolvendo a criação do Rede
Sustentabilidade, da ex-senadora Marina Silva, do Solidariedade, do deputado
federal Paulinho da Força, do PROS e do PEN, que são de ilustres desconhecidos.
Marina passou os últimos quatro anos num chove e não molha para fundar seu
Partido, mesmo sabendo que iria fazê-lo para garantir legenda que desse
proveito aos seus mais de 19 milhões de votos, obtidos na última eleição
presidencial. Embora amigos e apoiadores, insistissem que era urgente a
fundação de um partido, Marina esticou a corda até o último segundo, achando
que com isso, mantendo o suspense, atrairia mais e mais os holofotes da mídia
para si. Portanto, se há culpados pelas dificuldades de Marina, esse alguém é
ela mesma. O que se viu, porém, foi que partidos sobre os quais nunca se ouvira
falar, obtiverem registro no TSE com a maior facilidade, enquanto Marina Silva,
apesar de seus mais de 19 milhões de votos, encontrou um verdadeiro caminho
formado de pedras e espinhos, ao enfrentar a burocracia eleitoral.
As denúncias são de que os signatários das fichas de
apoiamento à fundação do Rede não teriam assinado de acordo com suas
assinaturas apostas nos cartórios e que, por isso, tais assinaturas fora
rejeitadas, vez que cabe ao partido e não à justiça eleitoral, comprovar a
autenticidade dessas assinaturas. Celebridades como a cantora Adriana
Calcanhotto vieram a público defender Marina e denunciar, por sua vez, que
tinham assinado, sim, as tais fichas e que estranhavam sua rejeição. Por outro
lado, partidos como o Solidariedade de Paulinho da Força, apesar de denúncias
trazidas a público de que até mortos assinaram as fichas de sua fundação, não
tiveram a menor dificuldade com a justiça eleitoral. Pelo visto foi o morto em
espírito quem assinou a ficha, quiçá em uma sessão espírita, já que quem
conferiu sua assinatura, a testou que era autêntica. Nesse caso, o morto sequer
precisou fazer como a vivíssima Adriana Calcanhotto e bradar aos quatro ventos
que assinara, sim, a ficha para fundar o Partido de Marina Silva.
O compositor Jorge Mautner, em uma de suas canções, diz que
os vivos não são governados pelos mortos, são governados pelos mais vivos
ainda. Pelo visto ele tem toda razão. Ave Jorge Mautner!
CURTO CIRCUITO
• Dever
A presidente Dilma, ao pronunciar o seu repercussivo discurso na abertura dos trabalho da Urganização das Nações Unidas, cumpriu bem o seu dever, ao representar países que se dizem vítimas de espionagem. Pode ter sido tempo perdido, tendo-se em vista que todos espionam, e que a espionagem existe desde o tempo dos Faraós...
• Perdas & danos
Ninguém pode negar aos bancários o direito de greve, que é constitucional e eles merecem o que exigem. O problema é que, na luta por esses direitos, tais profissionais terminam causando imensas perdas para toda a sociedade, que tem quase sempre o seu dinheiro depositado nos bancos. O mesmo vale para o pessoal dos Correios. E as greves, pelo visto, só tendem a se prolongar.
• Respirando aliviado
Em meio ao clamor geral dos prefeitos do Ceará, que enfrentam sufoco desde que assumiram, o gestor de Campos Sales, ex-deputado Moésio Loiola, consegue respirar aliviado, e confirmar para a população alguns projetos importantes. Para isso, conseguiu junto aos ministérios da Saúde e do Turismo a liberação de recursos para esse fim.
UMAS & OUTRAS
• É zorra mesmo
Nunca será demais se denunciar a “zorra” que é o sistema partidário do Brasil, que conta agora com 32 partidos, compostos em sua maioria por oportunistas. Para se ter ideia do que passa, só no primeiro dia depois do registro do PROS e do Solidariedade, mais de 50 congressistas já pularam fora dos seus partidos. Número que pode até triplicar!...
• Arrocho brabo
Pode ser que agora, seja cumprida a tarefa fiscalizadora da Receita Federal em cima de alguns empresários espertalhões. Segundo a Delegacia da Receita, pelo menos 300 grandes empresas industriais e comerciais de Fortaleza terão que passar pela “peneira” que está sendo armada, contra crimes de sonegação que chegam a muitos milhões.
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