sexta-feira, 29 de janeiro de 2016

Mal exemplo


Subsolo do HGV tem água parada, mosquitos e lixo, denunciam usuáriosAcompanhante de paciente fala em infestação de muriçoca e Aedes aegypti; Secretaria Estadual de Saúde promete reparos
Espaço que acumula água e mosquitos fica no subsolo, ao final da escadaria que leva a todos os andares do prédio. Foto: Malu Cavalcanti/Esp. DP
Espaço que acumula água e mosquitos fica no subsolo, ao final da escadaria que leva a todos os andares do prédio. Foto: Malu Cavalcanti/Esp. DP

Água acumulada, lixo e muitos mosquitos e muriçocas. Diante do cenário encontrado no subsolo do prédio do Hospital Getúlio Vargas, no Cordeiro, na Zona Oeste do Recife, é difícil acreditar que se trata de uma unidade de saúde. Revoltados e preocupados com a situação, familiares de pacientes procuraram o Diario para denunciar o descaso. Questionada pela reportagem, a Secretaria Estadual de Saúde (SES) se comprometeu a responder.

“Aqui está infestado de muriçoca e Aedes aegypti. Estamos vivendo uma epidemia de zika e um hospital do Estado está nessa situação? Não adianta dizer que é questão de recurso, porque é questão de administração decente. É um absurdo”, reclama o acompanhante que está no HGV desde domingo e que não quis ter a identidade revelada.

Segundo ele, no período da noite a situação fica ainda mais complicada e as muriçocas começam a se espalhar por todo hospital. “Isso aqui é o maior viveiro do estado de Pernambuco. A emergência, superlotada, está com infestação de mosquitos e vários pacientes e acompanhantes já adoeceram.”, denuncia.

Segundo familiares de pacientes, a situação fica ainda mais grave à noite, quando as muriçocas infestam a emergência. Foto: Anônimo/Cortesia
Segundo familiares de pacientes, a situação fica ainda mais grave à noite, quando as muriçocas infestam a emergência. Foto: Anônimo/Cortesia

A equipe do Diario foi até o HGV na manhã desta quarta-feira e comprovou os problemas apontados pela denúncia. O alagamento que, segundo depoimentos, já dura muitos dias, seria provocado por infiltrações e água da chuva que, ao misturarem-se com o lixo, culminam em mau cheiro e numa aparência de lama. 

O espaço fica no subsolo, ao final da escadaria que leva a todos os andares do prédio. Bem perto dali fica a entrada para a emergência do HGV onde, ainda de acordo com o acompanhante, outros problemas do hospital se mostram. 

Além da falta de manutenção do prédio, ele também critica a precariedade da refrigeração da emergência e a insuficiência de profissionais diante do número de pacientes, que se apertam pelos corredores. “São dois banheiros para dezenas de pacientes e agora um chuveiro está quebrado. Há dias. É um chuveiro, uma coisa simples de resolver e que causa tantos transtornos por quem já está em uma situação complicada”, completou.

Em nota, a Secretaria Estadual de Saúde (SES) garantiu que reparos estão sendo realizados tanto no que diz respeito ao alagamento, quanto às outras denúncias. 

Confira na íntegra:

A direção do Hospital Getúlio Vargas (HGV) esclarece que a equipe de engenharia da unidade realiza vistorias, rotineiras, nos setores do Hospital com o intuito de avaliar e sanar problemas estruturais. Assim, o banheiro da emergência passará por uma reforma em toda a sua estrutura hidráulica para voltar a funcionar normalmente. Já sobre o ar-condicionado, a direção do HGV esclarece que já está discutindo com o setor de Engenharia da Secretaria Estadual de Saúde (SES) um reforço de máquinas para o serviço.
 
Já em relação ao alagamento no subsolo, a direção da unidade esclarece que uma das bombas de drenagem que atua no local sofreu um curto-circuito e está passando por reparos. No entanto, a direção informa que o Hospital já passou por uma vistoria da Vigilância em Saúde da SES e uma nova visita está agendada para esta semana. 

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