O ENEM
VEIO PRA FICAR
Julieta Brontée
Há que se ter muito
cuidado ao analisar o resultado do ENEM de 2015 para não se concluir,
simplesmente, que a redução das médias das notas em três das áreas avaliadas
significa, necessariamente, uma piora no nível do ensino médio. É que segundo
alguns especialistas ouvidos pelos órgãos de imprensa, essa redução geral das
médias, a exceção da média relativa a ciências humanas, pode se dever,
perfeitamente, à participação daquelas pessoas que de há muito tempo estavam
afastadas das bancadas escolares e que se viram estimuladas a tentar uma vaga
nas universidades, via ENEM.
O raciocínio faz todo
sentido, ainda mais se observarmos que as médias caíram nas matérias que exigem
atualização constante, mas subiu em ciências humanas, onde a cultura geral e
uma base bem formada pesam a favor do candidato.
No mais, chamou muito a
atenção o fato de que várias vítimas de violência utilizaram suas próprias
experiências para desenvolverem o tema da redação, que para o exame de 2015,
abordou a violência contra a mulher. Tema, aliás, que foi elogiado por
integrantes dos movimentos sociais e que levou à reprovação àqueles que
manifestaram seu machismo em seus textos.
Muito criticado quando de
sua instituição, o Exame Nacional do Ensino Médio parece ter superado os
entraves iniciais. E apesar das inúmeras polêmicas que o cercam a cada ano de
sua aplicação, veio mesmo para ficar como meio mais eficaz de democratização do
acesso não apenas às vagas em universidades, mas também aos
financiamentos públicos ao ensino superior.
CURTO CIRCUITO
Atraso
eterno
Nada contra o Poder Judiciário,
merecedor de todo o nosso respeito, mas este, involuntariamente, termina
prejudicando projetos dos mais sérios, como é o caso do Programa Ceará
Pacífico, um dos preferidos do governador Camilo Santana. O problema é que, em
conseqüência dos atrasos, gerados pelo eterno acúmulo de processos irresolutos,
os trabalhos do projeto ficam prejudicados.
Trapalhões
Há coisas que só poderiam acontecer no Brasil. É o caso de prefeitos
que, alegando falta de recursos para saldar suas folhas de pagamento, partem
para uma cafajestada sem precedentes, ou seja, os funcionários que desejarem
permanecer empregados terão que trabalhar durante dois meses como
“voluntários”, sem nada receber, como ocorre em Ubajara, no Planalto da
Ibiapaba...
Ah!
Brasil!...
Uma das notícias mais cruéis, para quem deseja uma população vivendo
residindo em locais com água encanada e tratamento de esgotos, isso só poderá
ocorrer daqui a 38 aninhos. Isso, de acordo com estudo elaborado com a
seriedade da Confederação Nacional de Indústria – CNI. Ou seja, até lá,
milhões de brasileiros continuarão adoecendo e morrendo à falta de saneamento
básico.
Conselhão
prejudicado
Na onda de azar em que se encontra o
país, até idéias boas para o país terminam prejudicadas em conseqüência da
politicagem. O Conselhão da República, inspirados nos antigos Conselhos de
Anciãos, que poderia ajudara melhorar a gestão do país, termina perdendo a
credibilidade. O problema: os membros da instituição são escolhidos “a ponta de
dedo” pelo Planalto. Assim, não vai!...
Bom,
mas...
O DENATRAN e os DETRANs terminaram ganhando a briga pela instalação dos
equipamentos de simulação para treinamento
e aprovação de futuros motoristas, assim como para motoristas imprudentes. Mas
a coisa não fica por aí. Vários deputados federais e estaduais entendem que tem
“coisa” nessa história. Indagam, por exemplo, quem vai “encher as burras”
fabricando este caro equipamento...
Olha
eles aí!
Para vários deputados federais do Ceará, as autoridades estão na
obrigação de fazer de tudo para impedir a ampliação das atividades dos bandidos
da odiento “black-block. Essas chusmas de desordeiros, fantasiados de
manifestantes, voltam a perturbar e emporcalhar as movimentações do povo em
defesa dos seus direitos. Como à época das manifestações durante a Copa, eles
retornam com a mesma fúria.
Despreocupação
Para o famigerado “fabricante de partidos”, ministro Gilberto Kassab, a
quebradeira que assola os partidos, agora sem os rios de dinheiro das empresas,
não representa a pior desgraça. Ele tranqüiliza dirigentes partidários,
afirmando que a “liseira” atinge igualmente todos os partidos, sejam grandes ou pequenos, governistas, ou de oposição. Ou
seja, adeus a projetos milionários nas rádios e TVs.
Sem
jeito
Para o deputado Genecias Noronha (SDD), qualquer tentativa de algum
político, para promover mais uma “marcha” de prefeitos sobre Brasília, deve ser
interpretada como exercício de pura demagogia facilmente “manjável”. Isso
porque, como é do conhecimento público, o governo federal não tem mesmo o que
oferecer e, o que é pior, os próprios prefeitos não têm de onde tirar grana
para a viagem.
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