Ministro da Educação reafirma que há plantações de maconha nas universidades
Oposição acusa ministro de sensacionalismo e de
falta de projeto;Weintraub disse que está promovendo uma revolução no ensino
TV Câmara
O ministro da Educação, Abraham Weintraub, reiterou, em debate na Câmara dos Deputados, nesta quarta-feira (11), que há plantações de maconha nas universidades e que laboratórios de química das instituições são usados para a produção de drogas sintéticas. Ele exibiu matérias jornalísticas colhidas na internet, as quais, para ele, seriam a prova das declarações.
O ministro foi convocado pela Comissão de Educação para dar explicações sobre declarações dada à imprensa no mesmo sentido. A reunião, que durou mais de sete horas, foi marcada por muitas trocas de agressões e já começou com confusão, quando o ministro exibiu matéria jornalística antiga mostrando plantação de maconha na Universidade de Brasília (UnB).
O vídeo provocou reações indignadas de vários deputados, como de Marcelo Freixo (Psol-RJ). “Se a pauta vai ser exclusivamente esta, diante de tudo que está se passando em relação à crise nas universidades, à falta de investimento, isso é um desrespeito profundo à educação, e vou me retirar. É um insulto aos educadores, não dá”, afirmou.
Política educacional
Weintraub alegou que foi convocado para falar sobre o tema, e que “adoraria ter sido convidado para falar sobre a revolução no ensino” que disse estar promovendo. Ele citou programa de incentivo à leitura do MEC e “o melhor Enem [Exame Nacional do Ensino Médio] de todos os tempos”.
Weintraub alegou que foi convocado para falar sobre o tema, e que “adoraria ter sido convidado para falar sobre a revolução no ensino” que disse estar promovendo. Ele citou programa de incentivo à leitura do MEC e “o melhor Enem [Exame Nacional do Ensino Médio] de todos os tempos”.
Os requerimentos de convocação do ministro foram apresentados pelos deputados Rosa Neide (PT-MT), Margarida Salomão (PT-MG), Ivan Valente (Psol-SP), Bacelar (Pode-BA) e Alencar Santana Braga (PT-SP).
Valente argumentou que o requerimento de convocação trata de outros assuntos. Ele acredita que o debate sobre drogas nas universidades tem o objetivo de “desviar a atenção da verdadeira política educacional”. Ele questionou Weintraub, por exemplo, sobre a baixa execução orçamentária do ministério e sobre a nomeação para cargos na pasta de pessoas ligadas a grupos empresariais de ensino. O ministro negou ligação com o setor privado de ensino.
PM nas universidades
O ministro também exibiu reportagem sobre a produção de drogas sintéticas em laboratório de química na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e sobre a apreensão de maconha e haxixe na instituição. E mostrou ainda reportagens sobre o consumo de drogas em outras federais, sem citar as datas das matérias.
O ministro também exibiu reportagem sobre a produção de drogas sintéticas em laboratório de química na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e sobre a apreensão de maconha e haxixe na instituição. E mostrou ainda reportagens sobre o consumo de drogas em outras federais, sem citar as datas das matérias.
Abraham Weintraub disse que não se trata de casos isolados e que há uma “epidemia” de drogas nas universidades, por isso defendeu a entrada da Polícia Militar nas instituições. “Sou a favor da autonomia universitária [prevista na Constituição] para o ensino, pode ensinar Karl Marx se quiser. Agora, a PM tem que entrar nos campi.”
Sensacionalismo
Conforme Margarida Salomão, as matérias apresentadas são sensacionalistas e tratam de eventos isolados, já apurados e desmentidos oficialmente pela polícia e pela Justiça. Segundo ela, as universidades federais são local de produção de conhecimento e de pesquisa, e um ministro não pode usar da palavra sem responsabilidade.
Conforme Margarida Salomão, as matérias apresentadas são sensacionalistas e tratam de eventos isolados, já apurados e desmentidos oficialmente pela polícia e pela Justiça. Segundo ela, as universidades federais são local de produção de conhecimento e de pesquisa, e um ministro não pode usar da palavra sem responsabilidade.
Cleia Viana/Câmara dos Deputados
Audiência com ministro durou mais de sete horas e foi marcada pela troca de acusações
“É seu papel como gestor da educação apurar, cobrar, inibir, impedir. Ao não fazer isso e tratar esse assunto como fofoca e meme, o senhor está praticando prevaricação, o que é inaceitável para o servidor público”, afirmou. Já Alencar Santana Braga acredita que o problema das drogas não deve ser tratado pelo ministro da Educação, e sim por outras instâncias do governo.
Avião presidencial
Assim como outros deputados, Bacelar e Rosa Neide questionaram se seria responsabilidade do presidente da República a apreensão de 39 quilos de cocaína no avião presidencial. Weintraub alegou que não acusou reitores ou professores de responsabilidade pela suposta presença de drogas nas universidades.
Assim como outros deputados, Bacelar e Rosa Neide questionaram se seria responsabilidade do presidente da República a apreensão de 39 quilos de cocaína no avião presidencial. Weintraub alegou que não acusou reitores ou professores de responsabilidade pela suposta presença de drogas nas universidades.
O ministro destacou várias vezes durante a sessão que defende “os valores da família e da classe média” nas universidades – e foi apoiado por deputados governistas. Caroline de Toni (PSL-SC) disse que as federais são “aparelhadas pela esquerda”, que “manipula” e “doutrina” as mentes dos jovens. Otoni de Paula (PSC-RJ) acusou a oposição de não condenar o uso de drogas.
Extinção do Fundeb
Coordenadora da comissão externa criada na Câmara para acompanhar os trabalhos do MEC, a deputada Tabata Amaral (PDT-SP) acredita que o ano foi perdido para a educação, especialmente na área de alfabetização. Ela cobrou do ministro um plano de correção de rota. “Gaste seu tempo não olhando para o problema que seria de outros ministérios, mas, por exemplo, fazendo com que o Fundeb [Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação] seja renovado”, sugeriu. A legislação atual extingue o fundo em 2020.
Coordenadora da comissão externa criada na Câmara para acompanhar os trabalhos do MEC, a deputada Tabata Amaral (PDT-SP) acredita que o ano foi perdido para a educação, especialmente na área de alfabetização. Ela cobrou do ministro um plano de correção de rota. “Gaste seu tempo não olhando para o problema que seria de outros ministérios, mas, por exemplo, fazendo com que o Fundeb [Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação] seja renovado”, sugeriu. A legislação atual extingue o fundo em 2020.
“Não quero a sua recomendação pessoal”, respondeu o ministro. Ele informou que o governo vai enviar proposta ao Congresso para resolver o problema do Fundeb. A Câmara já discute há quatro anos uma proposta que torna o Fundeb permanente (PEC 15/15).
Fonte: Agência Câmara Notícias
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