Bolsonaro começou a reclamar da nomeação da Superintendente da PF em Pernambuco em março, revela Moro em depoimento
Em um dos trechos do depoimento de dez páginas prestado à Polícia Federal, no último sábado, Sergio Moro contou que o presidente Jair Bolsonaro começou a reclamar da indicação da Superintendente da PF em Pernambuco, em março. Moro ainda afirmou que o nome da delegada Carla Patrícia, a exemplo dos demais, foi apresentado ã Casa Civil que não apresentou nenhuma objeção a esse nome. Sobre os motivos das reclamações de Bolsonaro quanto à nomeação da pernambucana, Moro disse que isso deveria ser perguntado ao próprio Bolsonaro.
São de Pernambuco, o líder do governo Bolsonaro no Senado, Fernando Bezerra Coelho, alvo de várias operações da Polícia Federal e o presidente do PSL, ex- aliado de Bolsonaro e hoje um de seus principais inimigos na política.
Por sua assessoria, a Polícia Federal em Pernambuco disse que o órgão não vai se pronunciar sobre o depoimento do ex-ministro.
Por sua assessoria, a Polícia Federal em Pernambuco disse que o órgão não vai se pronunciar sobre o depoimento do ex-ministro.
Moro ainda revelou que a exemplo de seus antecessores, informava o presidente sobre operações da Polícia Federal, após o cumprimento dos mandados, o que ocorreu quando houve operação contra o líder do governo no Senado e contra o ministro do Turismo, mas que nenhuma dad informações eram sigilosas.
"Que certa feita, provavelmente, no mês de março o PR passou a reclamar da indicação da Superintendente de Pernambuco;
QUE essas reclamações sobre o superintendente no Estado de Pernambuco não ocorreram anteriormente;
QUE entende que os motivos da reclamação devem ser indagados ao Presidente da República;
QUE é oportuno destacar que as indicações para Superintendentes vêm da Direção Geral, mas passam pelo crivo da Casa Civil e que não houve nenhum óbice apontado em relação a esses nomes;
QUE o Presidente não interferiu, ou interferia, ou solicitava mudanças em chefias de outras Secretarias ou órgãos vinculados ao Ministério da Justiça, como, por exemplo, a Polícia Rodoviária Federal, DEPEN, Força Nacional;
QUE o presidente, apenas uma vez, solicitou a revogação da nomeação de Ilona Szabo para o Conselho Nacional de Política Criminal do Ministério da Justiça, órgão consultivo, e que o Declarante, após relutar, concordou em aceitar a solicitação;
QUE o Declarante perguntado se as trocas solicitadas estavam relacionadas à deflagração de operações policiais contra pessoas próximas ao Presidente ou ao seu grupo político disse que desconhece, mas observa que não tinha acesso às investigações enquanto ainda evoluíam;
QUE crescendo as pressões para as substituições, o Presidente lhe relatou verbalmente no Palácio do Planalto que precisava de pessoas de sua confiança, para que pudesse interagir, telefonar e obter relatórios de inteligência;"
"QUE o Declarante, em relação ao trabalho da Polícia Federal, informava as ações realizadas, resguardado o sigilo das investigações;
"QUE o Declarante, em relação ao trabalho da Polícia Federal, informava as ações realizadas, resguardado o sigilo das investigações;
QUE o Declarante, por exemplo, fazia como ministros do passado e comunicava operações sensíveis da Polícia Federal, após a deflagração das operações com buscas e prisões;
QUE o Declarnte fez isso inúmeras vezes e há mensagens de Whatsapp a esse respeito ora disponibilizadas;
QUE ilustrativamente, isso aconteceu após as buscas e prisões envolvendo o atual Ministro do Turismo e o Senador Fernando Bezerra, mas que essas informações não abrangiam dados sigilosos dos inquéritos;
QUE pontualmente comunicou essas operações antecipadamente, em casos sensíveis e que demandavam um apoio do presidente, como na expulsão do integrnte do PCC, vulgo "FUMINHO" de Moçambique;"
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