sexta-feira, 22 de maio de 2020

FECHANDO O CERCO



Acuado, Bolsonaro diz que divulgação de reunião seria "constrangimento"

Jair Bolsonaro diz não haver indício de que tentou interferir na PF. "Mas eu só peço, não divulguem a fita toda", afirmou ele, acuado. A expectativa é que o ministro do STF Celso de Mello decida até esta sexta-feira (22) se divulga, na íntegra ou parcialmente, a gravação da reunião em que, segundo Sérgio Moro, Bolsonaro cobrou a troca na PF-RJ

(Foto: Julio Nascimento - PR)

247 - Cada vez mais acuado com investigações sobre tentativas de interferências na Polícia Federal, Jair Bolsonaro afirmou nesta quinta-feira (21) em transmissão por rede social que não é o caso de tornar público o conteúdo completo do vídeo da reunião ministerial do dia 22 de abril. Seria um "constrangimento", avaliou. 

A expectativa é que o ministro Celso de Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF), decida até esta sexta-feira (22) se divulga, na íntegra ou parcialmente, a gravação da reunião em que, segundo o ex-ministro da Justiça Sérgio Moro, Bolsonaro cobrou a troca na Superintendência da Polícia Federal no Rio de Janeiro sob a ameaça de demitir o ex-juiz. 

"Vão perder amanhã, estou adiantando a decisão do ministro Celso de Mello. Não tem nada, nenhum indício, de que porventura eu interferi na Polícia Federal naquelas duas horas de fita. Mas eu só peço, não divulguem a fita toda", disse.

"Tudo que eu falei pode ser divulgado, exceto duas pequenas passagens, de 15 segundos cada uma, que a gente fala de política internacional e uma coisa, no meu entender, de segurança nacional e, obviamente, o que os ministros falaram, como não tem nada a ver com o inquérito, que não tornasse público, porque é um constrangimento... ficamos na informalidade, você brinca um com o outro, sai um palavrão... não é o caso de tornar público isso", acrescentou. 

Em coletiva de imprensa no dia 24 de abril, Moro anunciou a demissão do governo após Bolsonaro exonerar Mauricio Valeixo da Diretoria-Geral da PF em nível nacional. Na ocasião, o então ministro apontou crime de responsabilidade de Bolsonaro. "O presidente me relatou que queria ter uma indicação pessoal dele para ter informações pessoais. E isso não é função da PF", acusou.

Fonte: Brasil 247

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