quinta-feira, 28 de maio de 2020

“RAINHA DO OITÃO PRETO”



        O lastimável espetáculo, aquela ópera-bufa em que se transformou a mais desastrosa reunião de ministros da História da República, protagonizado pelo presidente Jair Bolsonaro, seu vice, Mourão e mais uma penca de membros do seu “staff”, tem merecido as mais galhofeiras comparações de profissionais da imprensa política. Para o jornalista e impagável humorista José Simão, aquilo que Jair Bolsonaro chamou de reunião de ministros mais se pareceu com as festas realizadas nos morros do Rio, para a escolha do samba-enredo das escolas de samba, onde a pauleira canta, com todos os palavreados de baixo calão, e com direito a muitas pistolas e mesas quebradas.

Já aqui no nosso estado, ou mais precisamente em Fortaleza, o gaiato personagem “Raimundo Doido”, vivido pelo humorista Kleber Fernandes, compara aquela tragicomédia nos inacreditáveis desfiles para a escolha da “Rainha do Oitão Preto”, na zona do meretrício do chamado Curral, ou Cinza, nos anos 50-60. Naquelas zorras, além da total liberalidade de expressão, com direito a todas as palavras pornográficas possíveis e imagináveis, não faltavam quebra-quebras entre os gigolôs e os amasiados das “candidatas”. E isso, na “terra abençoada por Deus e bonita por natureza”, como diz o Jorge Benjor.


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