Eleições 2012: PT não lidera em nenhuma Capital brasileira

Os candidatos petistas não lideram nas principais cidades da região mais rica do BrasilBrasília (Sucursal). Região mais desenvolvida do País, onde se concentra maior parte do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro, o Sudeste pode se tornar uma dor de cabeça para o Partido dos Trabalhadores (PT) nestas eleições municipais. Nas quatro capitais dos estados que compõem a região, nenhum petista lidera as intenções de votos e o partido pode ficar mais uma vez sem o controle de algumas das principais capitais do país.

No Rio de Janeiro, um dos maiores colégios eleitorais brasileiro, o cenário eleitoral caminha para a reeleição de Eduardo Paes FOTO: FOLHA PRESS

Para o cientista político Francisco Queiroz, de Brasília, na disputa pela prefeitura da maior cidade do Brasil, vale tudo para o partido. "Desde a liberação indiscriminada de emendas contigenciadas do Orçamento, fato duramente denunciado pela oposição em julho/agosto, até a mudança de ministro na pasta da Cultura, com a saída de Ana Hollanda e a entrada da senadora petista Marta Suplicy".

E, por enquanto, as táticas ainda não conseguiram deixar a candidatura de Fernando Haddad (PT) à prefeitura de São Paulo em posição mais confortável.

O ex-ministro da Educação continua em terceiro lugar em todas as pesquisas eleitorais divulgadas até o momento, com 15% nas intenções de voto, segundo a último levantamento do Ibope no TRE-SP.

Haddad conseguiu variar seis pontos percentuais após o início da campanha na televisão e no rádio e agora já está empatado tecnicamente com o tucano José Serra, que tem 19% das intenções de voto (variação de três pontos para cima ou para baixo, o que permite o empate com Haddad) e se aproxima um pouco mais do primeiro colocado, Celso Russomano (PRB), que conta com 35% das intenções de votos de acordo com o Ibope.

Principal reduto tucano no País, São Paulo e sua capital sempre representam um desafio para o PT. Até hoje, nenhum petista chegou ao governo do Estado e nas duas vezes em que o partido conseguiu eleger o prefeito da capital (Luiza Erundina em 1989 e Marta Suplicy em 2001) os resultados não foram os esperados, principalmente no caso de Marta, que não conseguiu se reeleger e perdeu a prefeitura para Paulo Salim Maluf (PP).

Em um eventual segundo turno entre Russomanno e Serra, o primeiro venceria por 52% a 26%. Se a disputa fosse com Haddad, o candidato do PRB venceria por 50% a 25%.

Rio de Janeiro

Se em São Paulo e Minas Gerais a disputa está ficando cada dia mais acirrada, este não é o quadro no Rio de Janeiro.

Um dos maiores colégios eleitorais do País, o Rio pode reeleger o prefeito Eduardo Paes (PMDB) ainda no primeiro turno. De acordo com a última pesquisa Ibope, registrada no TRE do Rio de Janeiro e divulgada no dia cinco de setembro, Paes tem 52% das intenções de voto.

O segundo colocado na disputa, o deputado Marcelo Freixo (PSOL) conta com 14% das intenções de votos. Em terceiro lugar, com apenas 3% das intenções de votos, aparece o deputado Rodrigo Maia (DEM). No caso de um eventual segundo turno no Rio de Janeiro, outras pesquisas divulgadas pelos próprios partidos apontam que a vitória de Paes sobre Freixo ocorreria com uma margem de diferença de quase 40 pontos percentuais.

A última pesquisa Ibope divulgada em Vitória (ES) ocorreu nos dias 15 e 16 de agosto. Na estimulada, quando as opções são mostradas aos entrevistados, Luiz Paulo Vellozo Lucas (PSDB) aparece com 46%; Luciano Rezende (PPS) tem 20%; Iriny Lopes (PT), 14%. Já no quadro espontâneo, quando os eleitores citam o nome dos candidatos, Vellozo Lucas também aparece na frente, com 34%; Luciano Rezende está com 14% e a Iriny Lopes tem 11%.

Belo Horizonte preocupa tucanos
Brasília. Em documento divulgado pelo Instituto Teotônio Vilela, do PSDB, a cúpula do partido denuncia o envolvimento direto da presidente da República, Dilma Rousseff (PT), na disputa eleitoral de São Paulo e também de Minas Gerais.

O PSDB teme que o ex-ministro petista Patrus Ananias avance na Capital mineira FOTO: DIVULGAÇÃO

Outro reduto onde o PSDB ainda tem força, principalmente na figura do senador Aécio Neves (PSDB-MG), os tucanos temem que a intervenção de Dilma na Capital mineira leve a uma vitória de Patrus Ananias (PT) sobre o candidato do PSB, Márcio Lacerda, que até a última pesquisa Ibope contava com 44% das intenções de votos.

"Constata-se que Dilma Rousseff não só mergulhou na campanha eleitoral, como o faz de maneira exorbitante e em franca colisão com a postura institucional e republicana que o cargo lhe exige. Distribuiu cargos, usa rede nacional de rádio e TV para atacar adversários e, no horário eleitoral, ameaça eleitores de deixar suas cidades à míngua caso os candidatos petistas não vençam as eleições de outubro - como ocorreu tanto em São Paulo, quanto em Belo Horizonte", diz o documento.

O apoio do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, além do da própria presidente Dilma Rousseff, tem conseguido ajudar o Partido dos Trabalhadores em Minas Gerais, mas ainda não foi o suficiente para dar tranquilidade ao ex-ministro do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Patrus Ananias.

Pesquisa
De acordo com a última pesquisa Ibope, registrada no Tribunnal Regional Eleitoral (TRE) de Minas Gerais e divulgada em cinco de setembro, o atual prefeito de Belo Horizonte e candidato à reeleição, Marcio Lacerda (PSB), segue à frente com 44% (tinha 46% no último levantamento feito em 16 de agosto), mas Patrus Ananias conseguiu diminuir a diferença para o primeiro colocado, subindo nas intenções de voto dos eleitores de 23% para 30%.

A disputa na capital mineira é polarizada entre os dois primeiros colocados e em terceiro lugar aparece a candidata Vanessa Portugal (PSTU) com apenas um por cento das intenções de votos. (AF)

Pesquisa

15% de intenção de votos é o percentual registrado na última pesquisa em São Paulo para o candidato petista Fernando Haddad. Ele é o 3º na disputa. (Diário do Nordeste Online)