quarta-feira, 19 de novembro de 2014

Massacre por engano: E agora, como fica esse cidadão, com o nome enlameado?

QUANTO VALE A HONRA DE JOSÉ CARLOS COSENZA?

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Citado na Operação Lava Jato por erro da Polícia Federal, o atual diretor de abastecimento da Petrobras, José Carlos Cosenza foi massacrado; ganhou as manchetes principais do Estado de S. Paulo e de O Globo e, nesta quarta-feira, foi "demitido" pela Folha de S. Paulo; agora, um delegado assume que o nome dele foi incluído na operação por erro; é o mesmo delegado que, nas redes sociais, havia chamado o ex-presidente Lula de "anta"; qual é a reparação justa para José Carlos Cosenza? 
247 - Um erro da Polícia Federal poderia ter destruído o nome, a honra, a reputação e até a vida de José Carlos Cosenza, atual diretor de Abastecimento da Petrobras.
Ao questionar um dos investigados na Operação Lava Jato, a Polícia Federal citou suposto trecho de depoimento dos delatores Paulo Roberto Costa e Alberto Youssef com referências a Cosenza.
Era um erro.
O sucessor de Paulo Roberto Costa não foi citado em nenhuma delação premiada. E até mesmo os empreiteiros que foram questionados a esse respeito negaram ter feito qualquer pagamento a ele.
No entanto, Cosenza virou, repentinamente, manchete de praticamente todos os jornais.
O erro da Polícia Federal motivou manchetes dos jornais O Globo e O Estado de S. Paulo. Parecia o caminho perfeito para trazer os escândalos para a atual gestão da Petrobras.
Além disso, numa reportagem feita com fontes "em off", a Folha de S. Paulo praticamente o "demitiu" do cargo.
No entanto, era um erro.
Um erro admitido pela Polícia Federal e cometido pelo mesmo delegado que, nas redes sociais, chamava o ex-presidente Lula de "anta".
A questão é: quanto vale a honra de José Carlos Cosenza? Qual é a justa reparação a que ele tem direito?
Leia, abaixo, artigo de Fernando Brito, do Tijolaço, a respeito do caso:
José Carlos Cosenza,  atual diretor de Abastecimento da Petrobras, colocado por Graça Foster no lugar do larápio Paulo Roberto Costa foi acusado  de fazer negócios com Alberto Youssef e as empretieiras por “um erro material”. admitiu hoje a Polícia Federal, através de nota assinada pelo delegado Márcio Adriano Anselmo.
Anselmo é aquele que, no Facebook, chamava de “anta” o ex-presidente Lula.
É curiosíssimo que tão criterioso senhor tenha, por “erro material”, incluído nos interrogatórios onde Cosenza é objeto da mesma pergunta que se faz em relação ao ex-diretor Renato Duque e Nestor Cerveró.
O “erro material” dos delegados, serviu para Cosenza ser execrado de ontem até hoje, em manchetes de jornal e na televisão.
“Ministros ouvidos pela Folha afirmam que sua saída se tornou inevitável” após o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa e o doleiro Alberto Youssef o colocarem na lista de suspeitos de terem recebido “comissões”.
Colocaram?
Não sabemos, por que  os rapazes que cometem “erro material” não informam, emboratenham afirmado que ele foi citado quando não foi citado.
É como as “propinas dentro dos limites legais” de ontem, no Estadão.
O espetáculo com a honra alheia.
Até porque o mínimo que se pode esperar de um corrupto como Paulo Roberto Costa é que aja como o famoso bordão humorístico: “sou, mas quem não é?”
Mas o Dr. Anselmo, que cometeu este “pequeno erro material” de confirmar desonrar  alguém só desmentiu  isso – mesmo 24 horas depois – porque alguém, finalmente, lhe apertou os calos.
Senão, Cosenza estaria até agora na lista dos ladrões, e olhe lá se não pode entrar de novo, caso a PF ache algum “erro material” em sua vida, como comprar um apartamento ou vender um automóvel, para confirmar o “sou, mas quem não é?” de Paulo Roberto Costa?
Afinal, é uma pessoa que movimenta, por força do cargo, bilhões em contratos e para dizer que “está levando algum” basta a irresponsabilidade do disse me disse.
Ninguém pode, previamente, comprovar que ele seja honesto, quando não se sabe do que se o acusa.
E, principalmente, quando se acusa por “erro material”, dizendo que disseram o que não disseram dele.
Mas o efeito é terrível. Diga-me o leitor: no lugar do senhor Cosenza, agora, o caro amigo assinaria um contrato de compra de clips de papel?
Cosenza talvez não tenha mais como trabalhar, o que não ocorre, porque ninguém o afasta, com o delegado Anselmo.
Talvez fosse conveniente lembrar ao delegado das “antas” que a honra é um bem constitucionalmente protegido e quem lança à lama o nome de alguém deve pagar por isso.

(Brasil 247)

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