MARTA DÁ O TOM DOS INSATISFEITOS
Consumada a
reeleição da presidenta Dilma Rousseff, aqueles que se colocaram em evidente
posição de veto e até sabotagem a sua candidatura começam a assumir
publicamente suas posições. É o caso, por exemplo, da agora ex-ministra da
Cultura Marta Suplicy que entregou o cargo por meio de uma carta apresentada
quando a presidenta estava ausente do País, em uma conferência mundial, carta
esta com conteúdo crítico à política econômica do governo integrado por Marta
não apenas na condição de ministra, mas como filiada do PT, mesmo partido da
presidenta.
Chega a ser
ridículo e fede a oportunismo da pior espécie que a ainda petista Marta
Suplicy, que não esconde sua frustração por não ter sido a escolhida por Lula
para disputar o governo de São Paulo venha reeditar o mesmo discurso e a mesma
estratégia utilizada pelo ex-governador Eduardo Campos, já falecido, quando
depois de anos e anos surfando nas benesses petistas, saiu disparando contra a
política econômica do governo, como se esta decorresse de uma posição pessoal
da presidenta e não da própria conjuntura nacional e mundial e do conjunto de
forças que dão sustentação ao governo. Afinal, quando Dilma pretendeu demitir
Mantega pela primeira vez quem foi que a convenceu a mantê-lo? Qualquer
consulta aos noticiários da época revelará que foi o próprio Lula quem pediu
para que Mantega fosse mantido à frente da Fazenda. Então, quando se critica a
política econômica comandada por Mantega, afirmando-se que decorre de erros atribuíveis
à cabeça dura da presidenta, o que se tem, na verdade, é uma tremenda má-fé de
quem faz a crítica levado por tais razões.
É provável
que Marta Suplicy nem permaneça no PT, pois quer ser candidata de si mesma à
Prefeitura de São Paulo, mesmo tendo o colega de partido, o prefeito Haddad
como candidato a reeleição e em excelentes condições, tendo em vista uma gestão
que tem sido considerada revolucionária do ponto de vista urbanístico da
capital paulista. Os ataques à política econômica de seu próprio partido, tema,
aliás, que jamais compôs as pautas debatidas ou defendidas por Marta Suplicy,
são apenas o prenúncio do que vem por aí.
CURTO CIRCUITO
• Repeteco - Inconformado com a derrota nas
ultimas eleições, Aécio Neves, presidente do PSDB, promete não dar trégua à Dilma Rousseff
e já anunciou um gabinete paralelo para
ficar de olho na administração petista. Só lembrando: Nas duas eleições de Lula
(2002/2006), os tucanos fizeram o mesmo, mas não perseveraram. Será que agora
desempaca?
• Críticas - Marta Suplicy deixa o Ministério da
Cultura. Na missiva de demissão faz questão de sentar a pua no colega Guido
Mantega, da Fazenda, com severas críticas à política econômica do Governo.
• Falta talento ou competência? - Mantega, irritado com as críticas da
ex-colega Suplicy, não deixa por menos e em conversa com auxiliares rebateu a
ex-ministra, afirmando que não faltou dinheiro no ministério da petista. E
prosseguiu: ‘Das duas, uma: ou ela se
rendeu ao discurso do mercado financeiro ou quer desviar atenção de sua gestão
na Cultura. O que faltou? Talento?’.
• Furdunço - O PT da Estrela Vermelha é mesmo um
caso raro na história dos partidos políticos do Brasil e de outras nações. No
decorrer do processo sucessório estadual, parte dele conseguiu se manter ausente da campanha, e até contra a
candidatura de um petista a governador do estado. Agora, enquanto uns dizem
estar “no governo”, outros terão que fazê-lo. É lula que quer...
• Apego ao cargo(?) - Ninguém quer soltar o osso: Aloisio
Mercadante (Casa Civil), mexeu mesmo num vespeiro ao sugerir que todos os
ministro colocassem o cargo à disposição da presidenta Dilma. Perguntem se
alguém gostou da ideia?
• Nanicos em pânico - Desde que a quantidade de partidos
começou a disparar, e que muitos dos maiores partidos querem a redução deles,
nunca os nanicos estiveram mais preocupados. O problema é que, no âmbito da
Câmara e do Senado, crescem especulações sobra a formação de frentes, fusões ou
blocos partidários. Se forem formados quatro blocos fortes, adeus
micropartidos.
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