segunda-feira, 17 de novembro de 2014

PRETO NO BRANCO, coluna publicada no jornal O ESTADO

MARTA DÁ O TOM DOS INSATISFEITOS

Consumada a reeleição da presidenta Dilma Rousseff, aqueles que se colocaram em evidente posição de veto e até sabotagem a sua candidatura começam a assumir publicamente suas posições. É o caso, por exemplo, da agora ex-ministra da Cultura Marta Suplicy que entregou o cargo por meio de uma carta apresentada quando a presidenta estava ausente do País, em uma conferência mundial, carta esta com conteúdo crítico à política econômica do governo integrado por Marta não apenas na condição de ministra, mas como filiada do PT, mesmo partido da presidenta.

Chega a ser ridículo e fede a oportunismo da pior espécie que a ainda petista Marta Suplicy, que não esconde sua frustração por não ter sido a escolhida por Lula para disputar o governo de São Paulo venha reeditar o mesmo discurso e a mesma estratégia utilizada pelo ex-governador Eduardo Campos, já falecido, quando depois de anos e anos surfando nas benesses petistas, saiu disparando contra a política econômica do governo, como se esta decorresse de uma posição pessoal da presidenta e não da própria conjuntura nacional e mundial e do conjunto de forças que dão sustentação ao governo. Afinal, quando Dilma pretendeu demitir Mantega pela primeira vez quem foi que a convenceu a mantê-lo? Qualquer consulta aos noticiários da época revelará que foi o próprio Lula quem pediu para que Mantega fosse mantido à frente da Fazenda. Então, quando se critica a política econômica comandada por Mantega, afirmando-se que decorre de erros atribuíveis à cabeça dura da presidenta, o que se tem, na verdade, é uma tremenda má-fé de quem faz a crítica levado por tais razões.

É provável que Marta Suplicy nem permaneça no PT, pois quer ser candidata de si mesma à Prefeitura de São Paulo, mesmo tendo o colega de partido, o prefeito Haddad como candidato a reeleição e em excelentes condições, tendo em vista uma gestão que tem sido considerada revolucionária do ponto de vista urbanístico da capital paulista. Os ataques à política econômica de seu próprio partido, tema, aliás, que jamais compôs as pautas debatidas ou defendidas por Marta Suplicy, são apenas o prenúncio do que vem por aí.

CURTO CIRCUITO

• Repeteco - Inconformado com a derrota nas ultimas eleições, Aécio Neves, presidente do PSDB,  promete não dar trégua à Dilma Rousseff e  já anunciou um gabinete paralelo para ficar de olho na administração petista. Só lembrando: Nas duas eleições de Lula (2002/2006), os tucanos fizeram o mesmo, mas não perseveraram. Será que agora desempaca?

• Críticas - Marta Suplicy deixa o Ministério da Cultura. Na missiva de demissão faz questão de sentar a pua no colega Guido Mantega, da Fazenda, com severas críticas à política econômica do Governo.

• Falta talento ou competência? - Mantega, irritado com as críticas da ex-colega Suplicy, não deixa por menos e em conversa com auxiliares rebateu a ex-ministra, afirmando que não faltou dinheiro no ministério da petista. E prosseguiu:  ‘Das duas, uma: ou ela se rendeu ao discurso do mercado financeiro ou quer desviar atenção de sua gestão na Cultura. O que faltou? Talento?’.

• Furdunço - O PT da Estrela Vermelha é mesmo um caso raro na história dos partidos políticos do Brasil e de outras nações. No decorrer do processo sucessório estadual, parte dele conseguiu se  manter ausente da campanha, e até contra a candidatura de um petista a governador do estado. Agora, enquanto uns dizem estar “no governo”, outros terão que fazê-lo. É lula que quer...

• Apego ao cargo(?) - Ninguém quer soltar o osso: Aloisio Mercadante (Casa Civil), mexeu mesmo num vespeiro ao sugerir que todos os ministro colocassem o cargo à disposição da presidenta Dilma. Perguntem se alguém gostou da ideia?

• Nanicos em pânico - Desde que a quantidade de partidos começou a disparar, e que muitos dos maiores partidos querem a redução deles, nunca os nanicos estiveram mais preocupados. O problema é que, no âmbito da Câmara e do Senado, crescem especulações sobra a formação de frentes, fusões ou blocos partidários. Se forem formados quatro blocos fortes, adeus micropartidos.

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