sexta-feira, 7 de novembro de 2014

PRETO NO BRANCO, coluna publicada no jornal O ESTADO

                             Respaldo para minar o PMDB

Julieta Brontée

A vitória conquistada pelos irmãos Ferreira Gomes, no Ceará, com a candidatura do petista Camilo Santana para suceder Cid, implicou não apenas na imposição de uma derrota a nível local contra os principais opositores do grupo hoje comandado pelo governador, representados pelo PMDB de Eunício, por Roberto Pessoa e pela fração petista liderada pela ex-prefeita Luizianne Lins, mas também à elevação de Cid Gomes à um dos principais articuladores de uma frente ampla para minar o poderio do PMDB no Congresso e na indicação para cargos estratégicos no governo Dilma.

Cid Gomes saiu da reunião com a presidenta, já autorizado a formar a tal frente ampla de esquerda que deverá contar com um partido de centro, resultado da fusão de outras siglas e que será o responsável por aglutinar as forças que, dentro do Congresso Nacional, garantirão que no segundo governo Dilma, ela não fique refém do "toma lá, dá cá" no qual se especializou o PMDB, a ponto de se autoproclamar o partido sem o qual nenhum governante poderá governar.

Dilma não prometeu se livrar do PMDB, durante a campanha. Essa promessa foi feita pelos candidatos Eduardo Campos e Marina Silva, do PSB, entretanto, vencidas as eleições, o que se percebe é que a presidenta não titubeia na busca da libertação do governo das garras do PMDB, enquanto quem prometera alijá-lo do poder, caso do PSB, com este se alia não apenas para se opor ao governo Dilma, mas para eleger o peemedebista Eduardo Cunha para a presidência da Câmara dos Deputados.

                  CURTO CIRCUITO
Saida
Alguém em sã consciência acredita que o todo poderoso da Transpetro,  ex-senador Sérgio Machado, retorne ao cargo depois da licença forçada? Se acredita, pode tirar o cavalinho da chuva, pois o Palácio do Planalto trata como definitiva a saída do apadrinhado dos poderosos do PMDB, Renan Calheiros e José Sarney.
A dúvida
Aliás, fico aqui a matutar: Será que o Sérgio Machado é o novo Paulo Roberto Costa da Transpetro? Ou estaria mais pra Roberto Jefferson do Renan? Sou do time dos que pensam que a “licença” do ex-tucano Sérgio Machado não tem volta. Agora, tem aqueles que entendem que  o cearense só cai se o Renan cair...
Mais uma dúvida:
Outra perguntinha que não quer calar: Será que se não contasse com o respaldo do seus amigos do PSDB, o Sergio Machado  teria ficado 11 anos na Transpetro sem ser admoestado pela oposição?
Cai o rei
E ainda vai cair muita gente. É só aguardar para confirmar. Cai o rei de ouro, cai o rei de paus, cai o rei de copas, cai o rei de espada, cai não fica nada…cai o rei...
Pista de Dilma
A Presidenta, nas férias, debruçou-se sobre o último volume da trilogia de vida do ex-presidente Getúlio Vargas, de autoria do  historiador cearense, Lira Neto. A obra conta a vida do ex-presidente, onde são narrados os acontecimentos que devolveram o poder a Vargas, de maneira espetacular, pelo voto popular democrático.
Espelho
Certamente, a presidenta reeleita Dilma Roussef vai subtrair os erros de Getúlio e por em prática os acertos. Tudo indica que vai, como o velho caudilho, priorizar as massas, sem deixar de adoçar a boca dos investidores. Em resumo, deverá dar mais proteção ao trabalho sem esquecer o capital.
Dois pesos...
 E o Mensalão Pernambucano, do PSDB e do PSB? Vai pra frente ou os envolvidos vão continuar  todos soltos, lépidos e fagueiros?
Perguntinha ingênua:
Será que vale pra tudo e pra todos aquela máxima do “onde há fumaça, há fogo”?
Tem que aturar
A política brasileira, com os partidos e os políticos que tem, é uma das mais avacalhadas do  o Planeta. A presidente Dilma, que apenas aguardava o fim do pleito para se “livrar” do senador Renan Calheiros, presidente do Senado, “pedra no sapato dela”, precisa dele, para evitar que o PMDB destroce a governabilidade. Dá agüentar?
Alianças “de araque”
Não dá pra se acreditar que ainda exista gente tola, ao ponto de brigar por causa de candidatos e de partidos. No Ceará, PT e o PMDB, há poucos anos se uniam “indissoluvelmente para livrar o estado da força dos tucanos. Quem caiu nessa, teve que ver os dois partidos romperem os seus “laços indestrutíveis”.  Só não se sabe até quando.
Nó cego

 Podem anotar: o “casamento” PT-PMDB não está só em crise. Segundo se diz em Brasília, o PMDB, mesmo a metade de suas forças tendo abandonado a candidatura da presidenta Dilma, vai apresentar conta “salgadíssima” para apoiar o governo. Fisiologista como só ele sabe ser,  de início, vai querer manter os ministérios das Minas e Energia, e da Previdência e muito mais!

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