OMS pede investimentos no combate a doenças tropicais
negligenciadas
Genebra
Da Agência Lusa Edição: Talita Cavalcante
A Organização Mundial da Saúde (OMS) pediu hoje (19) aos
países mais investimentos no combate a um conjunto de doenças tropicais
negligenciadas, como a dengue, que causam cerca de 500 mil mortes anualmente.
Com 1,5 bilhão de pessoas afetadas em um universo de 149
países, a OMS faz o apelo em relatório sobre o combate a essas doenças. A
organização cita 17 casos em que a aplicação de verbas adicionais pode salvar
vidas, prevenir deficiências, acabar com o sofrimento e melhorar a
produtividade.
“O aumento do investimento por parte dos governos pode
aliviar a miséria humana, distribuir de forma equitativa os ganhos e libertar
multidões há muito condenadas à pobreza”, afirmou a diretora-geral da OMS,
Margaret Chan.
Dirk Engels, que coordena o Departamento de Controle de
Doenças Tropicais Negligenciadas, disse aos jornalistas, em Genebra, que a
África é “o continente com o maior número de casos dessas doenças, em termos
absolutos”, com muitas pessoas sendo afetadas por mais mais de um tipo.
Segundo ele, cerca de 450 milhões de pessoas na África
Subsaariana estão em risco de contrair doenças tropicais. No entanto, de acordo
com a OMS, elas também atingem a América Latina, o Oriente Médio e a Ásia e
podem aparecer em países europeus ou nos Estados Unidos.
A Organização Mundial da Saúde considera doenças tropicais
negligenciadas a úlcera de Buruli, a doença de Chagas, a cisticercose, a
dengue, a dracunculíase (doença do verme da Guiné), a equinococose, a
fasciolíase, a tripanossomíase africana (doença do sono), a leishmaniose, a
lepra, a filaríase linfática, a oncocercíase (a cegueira dos rios), a raiva, a
esquistossomose, as parasitoses, o tracoma e o bouba.
A instituição recomenda aos países que invistam US$ 2,9
bilhões anualmente, até 2020, para tratar as doenças ou combater os vetores.
Depois disso, os recursos necessários para a década seguinte cairiam para US$
1,6 bilhão anuais, à medida que as doenças vão sendo reduzidas ou erradicadas,
indicou a organização. O investimento total para 16 anos chega a US$ 34
bilhões.
(Agência Brasil)
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