sexta-feira, 6 de fevereiro de 2015

Quando socialismo e petismo se encontram

PAULO E LULA ABREM DIÁLOGO
RECOMEÇO
 Afastados desde o lançamento da candidatura de Eduardo, governador socialista e petista tiveram reunião em São Paulo
Franco Benites
fbenites@jc.com.br
Em São Paulo para reunião com lideranças empresariais ontem, o governador Paulo Câmara (PSB) reservou um horário na agenda para um encontro "secreto" com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Os dois se reuniram na sede do Instituto Lula pela manhã e em seguida almoçaram juntos.
O encontro entre Lula e Paulo não constava na agenda do socialista divulgada pelo governo estadual, mas a reunião foi oficialmente divulgada pela equipe do Instituto Lula. No site da instituição e no perfil que o petista mantém no Facebook, foram publicadas fotos do ex-presidente com o chefe do Executivo estadual.
Oficialmente, a informação divulgada é de que Lula e Paulo conversaram sobre as "perspectivas para o Estado" e que o governador convidou o ex-presidente para visitar Pernambuco e que ele deverá voltar ao território pernambucano ainda no primeiro trimestre. "Lula perguntou pelas obras em Pernambuco, muitas delas em parceria com o governo dele na Presidência. E quis saber do povo pernambucano, por quem tem muito carinho. Eu disse que nosso povo tem uma gratidão muito especial por ele", disse o governador por meio de sua assessoria de imprensa.
Em Pernambuco, a leitura é que o encontro serviu para aproximar o PT do PSB, distantes nacionalmente desde 2013, quando o ex-governador Eduardo Campos iniciou seu projeto presidencial. O governador mostrou interesse na reunião também por saber que uma aproximação com os petistas pode resultar na liberação de investimentos do governo federal para o Estado.
Paulo levou pedidos a Lula, mas também saiu com uma missão segundo informações de bastidores. Integrante da Executiva nacional do PSB, ele é uma das apostas do ex-presidente para intermediar uma relação mais amistosa entre a bancada socialista na Câmara Federal e o governo Dilma Rousseff (PT). Essa aproximação seria essencial após a derrota que os petistas tiveram na eleição para presidência da Casa.
O senador Fernando Bezerra Coelho (PSB), que vem defendendo a parceria com o PT, falou sobre o encontro. "Isso é um início de um diálogo que mais cedo ou mais tarde precisava ser retomado. Ao ir a Lula, Paulo dá um primeiro passo para a aproximação com o governo federal, para que possa ter um diálogo mais amistoso e intenso", disse.
Ainda segundo Fernando Bezerra Coelho, mesmo fora do governo e apesar dos rumos de que anda distante da presidente Dilma, Lula é uma ponte importante entre Paulo e a gestão petista. "Não há nada que impeça a interlocução privilegiada que Lula sempre teve e continua tendo no governo de Dilma", avaliou.
Para o senador, o encontro ainda teve um componente emocional. "Essa visita tem um símbolo também de muito sentimento. Paulo sucede Eduardo após sua morte e percebe a importância de reatar os laços de amizade e políticos do PSB com o PT e em especial com Lula", declarou.
(Jornal do Commercio)

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