EM FISCALIZAÇÃO, COREN FLAGRA CAOS NO
GETÚLIO VARGAS
Em fiscalização realizada ao Hospital Getúlio Vargas, na
última segunda (17), o Conselho Regional de Enfermagem de Pernambuco (Coren-PE)
visualizou o total descaso com que os profissionais de enfermagem estão sendo
tratados.
O sucateamento da estrutura física, a falta de equipamentos
de proteção individual e insumos básicos para o atendimento dos pacientes, se
tornaram uma constante nos hospitais da Rede Pública do Estado.
Além disso, ressaltamos os baixos salários, a sobrecarga de
trabalho e consequente desvalorização profissional.
A situação encontrada é de calamidade. Na emergência, a
fiscalização encontrou setenta pacientes no corredor e apenas dois enfermeiros
para prestar assistência. Outra irregularidade registrada é que o enfermeiro da
emergência fica com os pertences dos pacientes, onde há um livro com descrições
dos mesmos (cartão de crédito, dinheiro, celular, dentre outros).
A fiscal responsável presenciou na área vermelha da
emergência, pacientes graves que deveriam estar em Unidade de Terapia Intensiva
– UTI. Além disso, na sala de medicação, haviam 18 pacientes internados,
dispostos no chão, em maca de ambulância e cadeiras, onde os próprios pacientes
se revezam nos leitos em detrimento de outros em estado mais grave.
O cenário a que os profissionais de enfermagem e a sociedade
estão submetidos é inconcebível. Os elevadores estão constantemente quebrados,
falta soro fisiológico, lençóis (os pacientes passam dias sem que as roupas de
cama sejam trocadas), muitas infiltrações nas paredes, teto desabando, dentre
outros. Os profissionais relatam também constante falta de água, o que obriga
tais profissionais a realizarem o banho no paciente com água destilada (própria
para diluição de medicamentos). A lavagem das mãos com a falta de água, muitas
vezes e feita com soro fisiológico, para minimizar os riscos de contaminação.
Os Postos de enfermagem se encontram com iluminação precária
o que compromete a realização dos procedimentos. A fiscalização se deparou
também com um acentuado déficit de profissionais, o que compromete a qualidade
da assistência prestada. Muitos setores possuem apenas um enfermeiro
trabalhando. Se o mesmo precisar acompanhar um paciente em outros
procedimentos, ficam todos sem assistência. O hospital tem 3 UTIS, sendo uma
fechada por falta de médicos e profissionais de enfermagem. A estimativa é de
que menos de 50% sejam concursados, os outros são contratos a vencer e plantões
extras. Todos os setores estão com internamento acima da capacidade. Além
disso, a unidade de saúde não oferece segurança alguma, considerando que os
profissionais da segurança são terceirizados e estão em greve, o que viabiliza
a entrada de qualquer pessoa as dependências do hospital, o que e mais perigoso
no horário noturno.
A Presidente do Coren-PE, Dra. Giovana Mastrangeli avalia
como inadmissível a postura negligente da administração pública diante do caos
instalado. O Coren tem intensificado as fiscalizações e reunido esforços para
exigir do Governo do Estado plena solução dos problemas relatados. Após a
conclusão do relatório pela fiscal responsável, o Coren-PE avaliará a
possibilidade de realizar interdição ética dos setores mais críticos, além de
entregar em mãos o relatório ao Ministério Público.
* Com informações da Assessoria de Imprensa do COREN
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