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No longa, uma menina extremamente controlada pela mãe vê uma hélice perfurar a parede da sua casa. Após o acidente, decide conhecer o vizinho culpado pelo acidente, um senhor excêntrico que é o contraponto de tudo o que conhecera até ali, em sua vida cheia de regras, prazos e metas. A amizade entre os dois começa quando o velho aviador se propõe a lhe contar a história de um pequeno príncipe que vive, ao lado de uma rosa, em um asteróide. Assim, o enredo do livro é colocado em segundo plano, e surge em formato de flashbacks, mas sem prejudicar o andamento de ambas as narrativas.
A diferenciação entre as histórias é reforçada pelas técnicas de animação. Enquanto o núcleo principal segue a estética 3D, as voltas no tempo para contar a saga do Pequeno Príncipe lançam mão de animação stop-motion, com gravação de bonecos quadro-a-quadro. O resultado é um belo cruzamento entre tecnologia e visão artística, sem sobressaltos (possivelmente suavizados pela bela trilha sonora de Hans Zimmer e Richard Harvey). Mais adiante, quanto as histórias finalmente se encontram, o Pequeno Príncipe adere, simbolicamente, ao 3D.
O filme trata com muito cuidado as metáforas do livro e reforça o viés de crítica social, quando ironiza a busca obsessiva pela excelência e produtividade, em detrimento da imaginação, dos sonhos e da diversão. "Ser adulto" chega a ser tratado como sinônimo de ser anestesiado para se tornar peça de uma engrenagem da sociedade. Mas a própria animação trata de amenizar o discurso, não sem antes frisar o que Exupery já havia cravado: "O essencial é invisível aos olhos".
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