sexta-feira, 21 de agosto de 2015

PRETO NO BRANCO, coluna publicada no jornal O ESTADO


                            Cadê o FERMOJU?

Julieta Brontée

         O Ceará é apenas mais um dos estados brasileiros onde o acesso da população à Justiça é deficiente. Em todos os setores  as explicações são as mesmas, a começar pelo “déficit” de magistrados, promotores de Justiça e Defensores públicos em dezenas de Comarcas. Segundo números recentes, cerca de 100 (cem) municípios do estado se encontram sem juízes, com trágicos resultados para grande parte dos municípios.
         Há poucos dias, havia no horizonte esperanças para as comunidades, quando a desembargadora Iracema do Vale, presidente do TJCE anunciou a nomeação de 80 (oitenta) novos magistrados aprovados em concurso público. Até as Comarcas beneficiadas e a data para a posse dos nomeados, estavam determinada s – 03 de setembro. Para surpresa e decepção gerais, a chefe do Poder Judiciário suspendeu tudo o que foi decidido, inclusive adiando a posse dos magistrados para janeiro 2016. Comprova-se que “alegria do pobre, é um dia só”. Na justificativa para esse ato, a desembargadora Iracema argumentou as grandes dificuldades financeiras enfrentadas pelo estado do Ceará, como ocorre em todo o país. Essa dura realidade é do conhecimento de todos os brasileiros, para quem não passaria em branco o atoleiro econômico-financeiro em que nos encontramos.
         Pergunta que não quer calar e  gostaríamos de vê-la esclarecida: o que foi feito do Fundo Especial de Reaparelhamento e Modernização do Poder Judiciário do Estado do Ceará – FERMOJU, aprovado pela Assembleia Legislativa em 1991 depois de muitos debates, e com o empenho de toda a Casa? Com aquele Fundo, o Judiciário do Ceará seria reaparelhado e modernizado, livrando-se das dificuldades que vinha enfrentando. Será que também  foi tragado pela voragem da crise nacional, aumentando a longeva distância entre a Justiça e o sofrido povo do estado?
                            CURTO CIRCUITO

SINAL DOS TEMPOS
Li na imprensa que ato contra governo Dilma, no último dia 16, teve de tudo, até torturador. Trata-se do delegado Carlos Alberto Augusto, investigador do Departamento da Ordem Política e Social (DOPS) que virou estrela por um dia.

SINAL DOS TEMPOS II
Acusado de tortura, o “ Carlinhos Metralha”, como é conhecido em Sampa, no movimento do último dia  16 contra o governo Dilma,  foi tratado como herói pelos participantes, tirou selfies, distribuiu beijinhos, abraços e até gravou mensagens para as redes sociais.
 SEM PULSO
****    Há algum tempo, líderes de partidos ou de blocos, tinham em mãos as rédeas do grupo, e quase não havia dispersões. Agora, alguns líderes mal conseguem manter em torno de si metade dos “liderados”. É o caso do deputado José Guimarães, que só controla 120 dos 305 governistas da Câmara.
ESCONDIDA
****     A CUT, que gerou o ex-presidente Lula, não é mais a mesma. Àquela época, sua missão permanente era a de defender os interesses dos milhões de trabalhadores. Hoje, só pensa em sugar os recursos públicos para crescer. Como exemplo, aquele braço político do PT desprezou os trabalhadores na tramitação do reajuste do FGTS.
PROBLEMAÇO
****    No Ceará, como em todo o país, estão unidos os servidores da Justiça Federal, Tribunal Regional do Trabalho e outros setores federais, na cobrança do reajuste salarial para essas categorias, em média 58% em três anos. Para isso, prometem mobilização nacional, alegando grande desatualização dos seus vencimentos.
MOTIVAÇÕES
****    A “novela” envolvendo o grupo dos Ferreira Gomes e o PDT,continua sendo o tema do momento. Com essas adesões, o PDT pode passar a ser partido grande. Sobre o assunto, o vereador Salmito Filho (Pros), presidente da CMF afirma: “Se preferimos o PDT é porque se trata de um partido que tem programa e tem história”.
VERDADEIRO
****    Na AL, enquanto alguns deputados dilmistas deploram o presidente da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha, outros aplaudem suas já famosas e cretinas tiradas. Anteontem, acusado de “sabotar” a presidenta Dilma, ele afirmou que “a crise de confiança que se apodera da sociedade, é muito maior do que a crise econômica gerada pelo PT”.

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