segunda-feira, 9 de julho de 2012

Lixo toma conta do centro de Fortaleza

Resíduos de construção civil, restos de comida, plástico e até pedaços de móveis amontoados em calçadas. Os conhecidos pontos de lixo estão presentes em muitas regiões de Fortaleza. No Centro, o grande fluxo de pessoas e a existência de imóveis abandonados facilitam a proliferação dos “paredões” de sujeira. A fiscalização tenta diminuir o número de pontos, mas acaba afastando-os para bairros vizinhos e, em muitos lugares, a insegurança impede o trabalho de repressão.

Conforme números da Secretaria Regional do Centro (Sercefor), desde maio do ano passado, houve redução de 23 pontos de lixo no bairro. Ainda existem 60. Um deles é a esquina das ruas Pinto Madeira e Gonçalves Lêdo, onde a calçada é tomada por entulho. Realidade antiga, de acordo com o comerciante José Gilberto Sousa, que destaca ainda a falta de educação dos moradores do entorno. “Eu mesmo jogava entulhos lá, e quando a fiscalização começou a passar, eu parei. Mas ainda tem muita gente que vem jogar entulhos aqui”, contou o comerciante.
Há, no local, um esquema que impede a punição de quem infringe e Lei Municipal 8408/99. Para não serem autuados, alguns moradores pagam para que terceiros cometam a infração. “A fiscalização passa aqui todos os dias e uma caçamba retira o lixo. Mas a população não consegue conservar o local limpo”, afirmou José.
“PAREDÕES DE SUJEIRA”
A produção de resíduos e seu abandono em plena via pública, de fato, não é proporcional às ações de coleta e fiscalização. Entretanto, o chefe do Distrito de Políticas Públicas Urbanas da Sercefor, Waldenberg Oliveira de Lima, confirma a redução de cerca de 30% no número de pontos de lixo no Centro. Conforme ele, o perfil dos lugares com mais entulho concentrado tem mudado, deixando as ruas comerciais e chegando às imediações de domicílios.

O ranking dos piores locais, no Centro, porém, ainda são identificados nas proximidades de comércios. “A rua por trás do Mucuripe Club é o pior lugar. Lá, além do lixo, tem muito usuário de droga. Não tem como fiscalizar, pois os fiscais são ameaçados”, contou Waldenberg. A rua Senador Jaguaribe é o segundo pior ponto. “Esse é um dos locais prioritários para limpeza, mas também é muito perigoso”, acrescentou o funcionário da Sercefor.

A rua José Avelino, no quarteirão entre as ruas Historiador Guarino Alves e Senador Almino, está inserida no ranking. “Nessa área tem muitos terrenos desocupados e formam uma área de paredão, espaços degradáveis que favorecem a concentração de lixo”, destacou Waldenberg. Mas, no Centro, também há locais onde a sujeira já foi vencida. A rua Melvin Jones é exemplo, conforme o chefe de Distrito, de melhoria. “A separação seletiva do lixo foi a solução aplicada lá”, frisou.
FISCALIZAÇÃO
A fiscalização no Centro é feita diariamente e a Sercefor tem contrato específico para coleta no bairro. A educação ambiental é a ferramenta que mais tem conseguido mudar o cenário das calçadas do lugar. “Dois dias na semana, nossos profissionais fazem ações educativas, orientando sobre o ordenamento de dias e horários de coleta, além da necessidade da seleção de resíduos, que é eficaz até na hora do catador pegar o material”, avaliou Waldenberg.

Conforme ele, nos últimos meses, foram vistoriados 230 imóveis sobre acúmulo de lixo em terreno particular que pode causar risco à saúde público. Do total, 47 receberam notificações e, em nove, foram encontrados focos do mosquito da dengue. Na próxima semana, mais 75 terrenos vagos serão fiscalizados. (Colaboração de Anatalha Batista) (O Estado)

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