Foto: Edição/247
Com a candidatura do senador Humberto Costa à Prefeitura do Recife, o governador Eduardo Campos praticamente garante a vice para o seu PSB na chapa de Fernando Haddad, em São Paulo, e ainda lucra uma cadeira a mais no Senado
A candidatura do senador Humberto Costa (PT) à Prefeitura do Recife já pode ser considerada um dos mais importantes e complexos arranjos construídos pelo governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB). Presidente nacional do seu partido, o gestor conseguiu, com o credenciamento do petista à sucessão recifense, marcar pontos em pelo menos três diferentes e importantes flancos. E, em todos eles, com o aval do ex-presidente Lula.
Em São Paulo, em troca do apoio à postulação do ex-ministro Fernando Haddad (PT), o PSB praticamente garantiu – se o nome imposto pelo ex-presidente sair vencedor das urnas - a vice-prefeitura da principal cidade do País. Uma posição que deve ficar cada vez mais clara com a aproximação das convenções partidárias. O PMDB, que poderia compor com os petistas, segue com a postulação de Gabriel Chalita.
Com a possibilidade de Fernando Haddad ser eleito prefeito de São Paulo, Eduardo Campos ainda vislumbra outro quadro bem interessante. O ex-ministro é visto como uma aposta do ex-presidente Lula para o futuro do PT. Um político jovem que teria condições, desde que faça uma boa gestão na capital paulista, de se credenciar para a Presidência da República, provavelmente em 2018. Nessa perspectiva, os socialistas afinariam ainda mais a relação com o PT, com o objetivo, claro, de conquistar a vice nesse panorama.
No Senado, o ex-PFL Joaquim Francisco (PSB) assumirá a vaga de Humberto Costa, caso o petista conquiste o eleitorado da capital pernambucana, elevando para quatro o número de representantes socialistas na Casa Alta. O crescimento da legenda no parlamento mais nobre do Congresso Nacional sempre foi um desejo de Eduardo Campos.
O provável sucesso da candidatura de Humberto à Prefeitura do Recife ainda pode ser bastante rentável para Eduardo, uma vez que amarraria o petista, que nutre também o desejo de disputar o governo do Estado, na gestão municipal. Para concorrer à administração estadual, Costa teria que entregar, mais uma vez, o posto que conquistou ao partido aliado, já que está acertado que o PSB ficará com a sua vice. Hipótese que nenhum petista admitiria.
E, apesar do risco que a movimentação que consolidou a candidatura de Humberto causa, Eduardo Campos conseguiu ainda um construir caminho no qual os maiores espinhos sobram sempre para os petistas. O ônus pela forma que o prefeito do Recife, João da Costa, foi rifado é todo do PT. O socialista saiu ileso.
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