sexta-feira, 29 de junho de 2012

Uso de pornografia infantil leva Mução para cadeia

Imagens chocantes, de assustar até quem convive com o mundo do crime. A Operação Dirtynet (Rede Suja), da Polícia Federal, prende 32 pessoas acusadas de pornografia infantil
Imagens chocantes, de assustar até quem já convive com o mundo do crime. A Operação “Dirtynet”, da Polícia Federal (PF), que significa Rede Suja, prendeu, ontem, 32 pessoas acusadas de pornografia infantil com crianças de até 12 anos. No Ceará, o radialista e humorista Rodrigo Vieira Esmerenciano, o “Mução”, foi preso através de mandado de prisão temporária, e outras duas pessoas foram presas em flagrante. Os quatro mandados de busca e apreensão no Estado somaram dois HDs, CDs e um aparelho de DVD. Ordens judiciais foram cumpridas em 12 estados, com 50 mandados de busca, e ações foram realizadas, ainda ontem, no Reino Unido e na Bósnia.

De acordo com informações da Polícia, os mandados de prisão preventiva ou temporária foram decretados aos acusados que possuíam maior coleção de imagens, com cenas mais chocantes e que apresentavam maior risco social. “Mução”, portanto, estaria enquadrado nesta categoria. Ele foi ouvido pelo delegado da 13a Vara Criminal Federal de Pernambuco, fez exame de corpo de delito e segue apreendido na carceragem da sede da PF. Os nomes dos outros dois presos não foram divulgados.

Conforme o advogado de defesa do radialista, Waldir Xavier, a medida judicial pedindo a liberdade do acusado será executada em Recife, para onde “Mução” deverá ser transferido. “A perícia nos objetos dele – Ipad, Iphone e computador – deverá provar sua inocência. Os requisitos da prisão temporária já acabaram”, afirmou o advogado. O tempo máximo para a prisão temporária é de 10 dias e, conforme o Código Penal, o procedimento configura como “imprescindível para as investigações do inquérito policial”.

O crime era praticado através de uma rede particular de usuários, onde os arquivos de imagens de cada um funcionava como moeda de troca. Nos relatórios da Operação, que começou há seis meses, a Polícia identificou, ainda, conversas sobre assassinato de crianças e canibalismo, porém, sem a comprovação de se tratar sobre realidade ou fantasias sexuais. Conforme a delegada de Defesa Institucional, em Porto Alegre, onde a Operação foi iniciada, Diana Calazans Mann, em pelo menos um dos casos já foi comprovado estupro de vulnerável.

“NICKNAME” INICIA
INVESTIGAÇÕES

É a primeira vez que uma operação deste perfil tem início no Brasil e ramifica-se a outros países. Toda a desarticulação da quadrilha deu-se a partir de um nickname (apelido usado na internet), identificado na operação “Caverna do Dragão”, que descobriu 160 usuários de pornografia infantil, 97 no exterior e 63 no Brasil. A rede era criptografada, ou seja, escrita em códigos, e a entrada de usuários só era possível através de convite e aprovação de outros membros. “Este anonimato dava mais liberdade para que os acusados tivessem acesso a cenas mais pesadas”, afirmou Diana, acrescentando que, em toda sua experiência, foi o que viu de pior.
Cada usuário possuía coleções de vídeos e imagens arquivadas com capacidade de armazenamento de até 1 terabyte (equivalente a 1024 gigabytes). A Polícia Federal utilizou técnicas modernas e softwares avançados para identificação dos acusados. De acordo com o procurador da República, Rodrigo Valdez de Oliveira, o crime via internet ainda é novo e difícil de ser apurado e resultar em flagrantes.

O material apreendido será, agora, submetido à perícia técnica para que as investigações comprovem o indício das imagens, se houve abuso e estupro de vulnerável. Após a conclusão das investigações, o Ministério Público Federal oferecerá denúncia contra os acusados em uma das Varas contra crimes praticados contra crianças e adolescentes. A Justiça Federal, posteriormente, vai apurar as provas e os acusados deverão ir a julgamento."(O Estado)

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