terça-feira, 26 de junho de 2012

Era da incerteza: America do Sul ameaçada pela instabilidade

                      
Era de instabilidade ameaça América do SulFoto: Edição/247

Receio do Palácio do Planalto é de que a influência da deposição no Paraguai se alastre por outros países, como a Bolívia, de Evo Morales, e a Venezuela, onde Henrique Capriles (de boné), atual opositor de Hugo Chávez, seria o ameaçado, caso eleito; será que até Dilma estaria em risco?

247 – À medida que a queda de Fernando Lugo vai ficando para trás, os presidentes que permanecem em seus cargos na América do Sul passam a botar em questão o próprio futuro. Ou o de seus sucessores. Embasada pela lei paraguaia, a deposição do presidente tem potencial para contaminar toda a região, na avaliação do Palácio do Planalto. Bastaria que os mandatários fossem encurralados pela maioria de seus Congressos, como ocorreu com Lugo, e conseguissem um pretexto para a deposição -- no caso paraguaio, foi a morte de 17 pessoas em conflito agrário.
É a partir desse raciocínio que os membros do Mercosul e da Unasul trabalham para dar uma resposta dura à decisão dos parlamentares do Paraguai, já que, instalado o clima de instabilidade, ninguém estaria seguro, independente da posição política. No curto prazo, quem estaria em posição mais vulnerável é o boliviano Evo Morales, que, a exemplo de Lugo, é mais atencioso em seu governo com uma parte específica da população – assim como Evo, Lugo era próximo dos movimentos sociais do campo e foi acusado de não reprimir corretamente seus abusos.
Há o temor também, contudo, de que, caso escolhido nas eleições do próximo ano, o venezuelano Henrique Capriles, grande oposicionista do presidente Hugo Chávez, se transforme em vítima desse clima de instabilidade. Quem também não está nada seguro no cargo é o presidente colombiano Juan Manuel Santos, que se posicionou claramente contra a deposição de Lugo. Ele sofre forte oposição do seu antecessor, Álvaro Uribe, que quer se candidatar de novo.
A Argentina de Cristina Kirchner não passa lá também pelo seu momento mais tranquilo -- a presidente teve inclusive de voltar mais cedo da Rio+20, para lidar com uma greve de caminhoneiros que ameaçava parar o país. O Equador, onde o presidente Rafael Correa chegou a se dizer vítima de golpe em 2010, é outro país extremamente vulnerável a tensões políticas.
Com ambiente de menor tensão, Brasil, Chile e Uruguai parecem os países menos expostos a reflexos internos da deposição no Paraguai, mas se os distúrbios se espalharem pelo continente, todos serão afetados. A diferença do caso paraguaio para crises em outros países sul-americanos é que a intensidade de reação popular tenderia a ser muito maior. (Portal 247)

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