Posicionamentos e propostas “mais firmes”. É o que gostariam de ver os eleitores cearenses no programa eleitoral gratuito em rádio e TV, que teve inicio nesta semana. O jornal O Estado foi às ruas para saber a opinião da população diante do material produzido pelas campanhas. Entre os temas mais citados pelos entrevistados, os eleitores apontaram que querem saber dos candidatos --tantos aos cargos proporcionais como aos majoritários -- soluções na área da economia, maioridade penal, emprego e renda, segurança pública, saúde e educação.
“Eu queria ver, ao menos, dos candidatos às casas legislativas, propostas reais de leis, posicionamentos firmes acerca de matérias relevantes como a redução da maioridade penal, aborto”, opinou a advogada Priscila Ferreira Jorge, 27 anos. Priscila, que assegura ter assistido aos programas eleitorais, destaca, ainda, não aceitar ver candidatos “cômicos”, utilizando o espaço, banalizando a política, para colher voto de protesto. “Quero ver propostas de como irão controlar a inflação, sobre a política econômica, desvalorização do trabalho no Brasil, bem como reforma política e tributária”, disse.
Já o corretor de imóveis, Jolnê Praxedes, 54, afirma que gostaria de ver mais “sinceridade” por parte dos políticos. O corretor também opinou que ficaria satisfeito em ver novos candidatos no pleito. “Queria ver menos críticas e mais projetos, soluções, mais criatividade, mais visão de futuro, além de seus respectivos mandatos”, criticou, acrescentando que preferiria ouvir falar menos de corrupção e desvios de verbas. “Gostaria também de ver discussão de planos de governos, soluções para os problemas dos nossos estados e País”, concluiu.
Avaliando que grande parte dos candidatos aos cargos majoritários aproveitou o programa eleitoral para apontar quem os apoia e quem estão apoiando, a dona de casa, Claudiane da Silva, 29, criticou. “Não quero saber quem são seus padrinhos e quem estão apadrinhando. Quero ouvir propostas, para que, com cautela, possamos avaliar e escolher os melhores representantes do nosso Estado e Brasil”, opinou.
A propaganda eleitoral começou na última terça-feira (19), com as inserções dos candidatos à Presidência da República que, no total são 11 candidatos, e com os candidatos ao cargo de deputado federal onde, no Ceará, segundo o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), são 218 concorrentes. Ontem, o espaço foi reservado para os quatro candidatos que disputam o governo do Estado e aos outros quatro que concorrem ao Senado Federal, além dos candidatos ao cargo de deputado estadual, que totalizam 637.
“Assisti ao programa eleitoral gratuito pra ver cada proposta, mas não gostei, pois todos falam um dos defeitos dos outros e ainda pegaram carona na dramática morte do ex-candidato da República Eduardo Campos”, criticou a cabeleireira Josy Chaves, 21.
Para a enfermeira Patrícia Macedo Queiroz, 45, a propaganda eleitoral é de “grande importância”, tendo em vista ser um canal onde a população vai conhecer os candidatos e discernir quem pode mudar o rumo do Ceará. “Muitas pessoas mudam o canal ou fecham a TV quando inicia a propaganda. Contudo, elas não têm a dimensão do efeito negativo que isso gera, porque, na hora de votar, é capaz de votar em candidatos que não conhecem”, frisou.
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