quinta-feira, 28 de agosto de 2014

Pesquisa revela


Fortaleza cai 23 posições no ranking

A pesquisa “Ranking do Saneamento” realizada pelo Instituto Trata Brasil (organização da sociedade civil que monitora as políticas públicas de abastecimento de água, coleta e tratamento de esgotos), divulgada ontem, mostra que Fortaleza ocupa o 66º lugar entre as 100 maiores cidades do País (em número de habitantes), na cobertura de saneamento básico. Comparada à pesquisa anterior, a Capital caiu 23 posições, já que em 2013, ocupou a 43º lugar entre as cidades mais populosas. A base de dados usadas no levantamento é o Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS) do Ministério das Cidades.

No ranking de 2014, no Ceará, a Capital fica atrás do município de Caucaia, que apareceu em 63º lugar. Juazeiro do Norte também consta da lista e ocupa a 88ª posição. Dentre as capitais, Fortaleza tem a 14º posição. Se analisadas somente a situação das capitais nordestinas, Fortaleza tem a 3ª melhor cobertura da rede de esgoto.

A estatística mostrou que a cobertura da rede de água é de 89,14% em Fortaleza. Já o indicador de atendimento total de esgoto, cobre apenas 49,43% da cidade, ou seja, um déficit de mais de 50% da cobertura de saneamento básico de Fortaleza. Sobre isso, o diretor de operações da Companhia de Água e Esgoto do Ceará (Cagece), Josineto Araújo, afirmou que a companhia já executa obras em vários bairros da Capital. “Esse dado é antigo, o nosso indicador de 2014 é de 57% de atendimento total de esgoto. Após as obras, em 2015 iremos passar para 64% e, até 2018, esperamos chegar a 75% de atendimento total em Fortaleza. Estamos trabalhando para isso”, afirmou otimista.

AVALIAÇÃO

Josineto ressaltou que a pesquisa é importante, pois apresenta desafios e motiva o trabalho, porém, garantiu que o ranking é equivocado, já que analisa cidades de grande e pequeno porte, sem distinções. “Não dá para comparar Fortaleza, que tem mais de 2,5 milhões de pessoas, com a cidade de Santos, no interior de São Paulo, onde a população não chega nem a um milhão. Essa comparação modifica o contexto de saneamento em cada local”, disse, acrescentando, ainda, que a queda no ranking é justificada devido a esse tipo de comparação.

“Se uma cidade pequena fizer uma grande obra de esgoto, ela não vai apresentar um melhor resultado se esta mesma grande obra fosse feita na cidade grande. Os reflexos são distintos. Da mesma forma, se o mesmo investimento for implantado em uma cidade de grande porte, ele não vai contribuir o tanto quanto se fosse implantado em uma cidade pequena”, explicou, acrescentando que o ideal seria um ranking só entre cidades do mesmo porte. “No ranking do Brasil e do Nordeste, pode-se dizer que Fortaleza ficou bem colocada”.

INVESTIMENTOS

No quesito investimento, a pesquisa revela que Fortaleza investiu R$ 153,82 milhões em saneamento. Cerca de R$ 120 milhões a mais que o que foi investido na cidade de Franca, em São Paulo, que ficou em primeiro lugar no ranking. Já o município de Caucaia investiu R$ 18,10 milhões e Juazeiro do Norte, menos de um milhão por ano.

UNIVERSALIZAÇÃO

De acordo com o Instituto Trata Brasil, a nova edição do ranking revelou que “os avanços nos serviços de água e esgotos, assim como na redução das perdas de água nas 100 maiores cidades, continuam lentos e que, a se manterem os mesmos níveis de avanços encontrados de 2008 a 2012, não ocorrerá a tão sonhada universalização dos serviços em 20 anos. Os resultados mostram a necessidade de haver um maior comprometimento dos governos federal, estaduais e municipais para universalização do saneamento em duas décadas”.

De acordo com o diretor Josineto Araújo, estão sendo feitos investimentos para que a universalização do saneamento básico aconteça antes do prazo. “Maraponga, Bomsucesso, Granja Portugal e Castelão são só alguns bairros que não contam com saneamento em sua totalidade, mas estamos com obras e licitações para outras execuções. Estamos captando recursos para projetos e obras, buscando antecipar a ação para que a universalização esteja concluída até 2023”, concluiu.

PLANO MUNICIPAL

Em julho deste ano, a Prefeitura de Fortaleza apresentou o planejamento da Rede de Água e Esgoto da cidade, parte do Plano Municipal de Saneamento Básico (PMSB), que visa à universalização do abastecimento de água potável, esgotamento sanitário, coleta seletiva de resíduos sólidos e drenagem urbana.

O investimento necessário para executar as ações é na ordem de R$ 3 bilhões, sendo R$ 2 bi para a universalização do serviço de esgoto e R$ 1,3 bi para o tratamento e distribuição de água potável.

Na época, o diretor de operações da Cagece, Josineto Araújo, afirmou que problemas antigos que são enfrentados pela população de vários bairros, como a falta de pressão para abastecer as caixas d’água também devem ser resolvidos. “A intenção é realmente universalizar o serviço, resolvendo todos os problemas relacionados a abastecimento”, disse. Segundo a Prefeitura, atualmente 98,57% dos fortalezenses tem acesso à água encanada.

Sobre o assunto, a Secretaria Municipal de Urbanismo e Meio Ambiente (Seuma) informou que está elaborando o Plano Municipal de Saneamento Básico, em parceria com a Autarquia de Regulação, Fiscalização e Controle dos Serviços Públicos de Saneamento Ambiental (Acfor), Secretaria Municipal de Infraestrutura de Fortaleza (Seinf) e a Cagece.

Dentre os objetivos e metas estabelecidos pelo prognóstico do esgotamento sanitário, estão: a universalização do serviço de coleta, transporte e tratamento de esgoto doméstico, sensibilização da população quanto à necessidade da interligação ao sistema de esgoto e proteção dos recursos hídricos.

Serviço

• O relatório completo pode ser acessado em: http://migre.me/lhGZg

CAMILA VASCONCELOS- O ESTADO

camila@oestadoce.com.br

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