247 - O PSB formalizou nesta quarta-feira a chapa presidencial com a ex-senadora Marina Silva como candidata à Presidência da República e o deputado federal Beto Albuquerque (PSB-RS) como vice.
No entanto, mesmo que vença a disputa, o PSB não chegará à presidência, segundo avalia Paulo Moreira Leite, diretor do 247 em Brasília. Marina foi, é e continuará sendo rede.
Leia, abaixo, um trecho:
Momentos antes da candidatura de Marina Silva ser oficializada, em evento marcado para esta quarta-feira, o Partido Socialista Brasileiro enfrentava um ambiente menos festivo do que se poderia imaginar. Para além de toda dor provocada pela morte de Eduardo Campos, um líder que soube se impor pela força de mando mas também pela capacidade de oferecer respostas políticas que agradaram a maioria do partido, ficou uma questão grande demais para ser ignorada, mas grave demais para ser discutida abertamente. A candidata não é do PSB, não pensa como o PSB, não tem amigos no PSB nem irá governar, em caso de vitória, com o PSB. Marina é Rede.
Perdemos a eleição hoje, disse um auxiliar dos socialistas, subindo as escadas da sede nacional do PSB, em Brasília — que fica numa sobreloja da Asa Norte, num conjunto de salas que, pelo caráter austero, lembra uma escola de computação. "O que é combinado não é caro," afirmou o governador do Espírito Santo, Renato Casagrande, ao chegar, depois de participar, no Lago Sul, de uma reunião de dirigentes do partido com a própria Marina. Nem todos os detalhes do acordo entre Marina e o PSB são conhecidos e é provável que muitos deles jamais se tornem públicos. O certo é que, ao longo do dia, os dirigentes do PSB se encarregaram de amassar, embrulhar e colocar na lata do lixo uma ideia exótica que havia circulado na véspera — a de obrigar a candidata a assinar uma carta com compromissos com o partido sob condição de garantir sua candidatura.
Marina Silva não se tornou candidata presidencial porque o PSB queria mas porque não possuía outra opção.
A rendição a nova candidatura se fez em nome da mais preciosa e fugaz mercadoria da vida política. Não é o poder, como muitos pensam. Mas a perspectiva de poder, como já entenderam os profissionais do ramo.
(Brasil 247)
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